1950 - 2021
Ela foi o elo da família e manteve filhos, genros, noras e netos sob suas asas protetoras e atenciosas.
"Dona Creusa", como era chamada por todos, era uma paulistana, servidora pública aposentada que comemorava cada conquista resultante de seu trabalho. Mulher de muita fé, mãe e avó apaixonada pelos seus filhos: Alexandre, Carlos, André, Paula, Cláudia, Leandro, e pelos seus netos - dentre eles Isaque, o pequeno que ela amava e considerava como se fosse seu filho também. Outra paixão era o Saimon, seu cachorro e fiel companheiro.
Gostava de frequentar a igreja; era evangélica fervorosa e convicta em sua crença, era nela que encontrava alicerces para sustentar-se diante dos desafios da vida. Não media esforços para ver sua família unida e reunida, era a figura central, aquela que promovia os vínculos, por meio do cuidado e da dedicação.
Dona Creusa dividia sua rotina entre os cultos e as confraternizações familiares. Gostava da casa cheia, onde fazia questão de receber essa grande família. Mantinha tudo muito arrumadinho, cada enfeite de seu lar fora selecionado com os olhos do coração, não eram apenas objetos, eram o espelho do jeitinho amoroso com que cuidava de tudo e de todos.
Os momentos de maior felicidade para ela eram essas reuniões familiares, instantes em que gostava de compartilhar histórias de épocas em que todos os filhos eram mais jovens, ou mesmo crianças. Ela dava muito valor ao momento presente, relembrar essas histórias era uma maneira de revisitar outros tempos. Pouco falava de sua própria infância, "preferia relembrar o passado recente, quando todos estavam sob suas asas, circulando pela casa", conta Isabelli, que era considerada como se fosse mais uma neta, por ser namorada de um de seus netos.
Mulher de fibra, Creusa era reconhecidamente a matriarca da família Andrade Pereira. "Ela mandava mensagens pra gente, todos os dias, apenas para saber se estava tudo bem", lembra Isabelli; e ainda complementa com carinho e entre risadas: "Era ela quem "pegava no nosso pé, e a gente sabia que era por amor". Segundo a neta do coração, Dona Creusa era solidária, ajudava as pessoas sem fazer qualquer diferença. A bondade dela vinha do coração, de sua fé. Estava sempre disposta a ajudar.
"Vou guardar na memória a alegria com que Dona Creusa preparava o almoço para os filhos e netos, sua casinha decorada, o carinho e mimo com que tratava os animais, até os de rua. Vou lembrar sempre do exemplo que me deixou ao nos manter sob suas asas zelosas e protetoras", diz a saudosa Isabelli.
Creusa nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela noiva de seu neto de Creusa, Isabelli Nascimento Marques. Este tributo foi apurado por Larissa Reis e Ana Helena Alves Franco, editado por Luciana de Assunção, revisado por Roxanna Ramaciotti Mires e moderado por Rayane Urani em 20 de setembro de 2021.