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Dagmar Thomé Gonçalves

1926 - 2020

Aquela que fazia os sapatinhos de lã mais quentes para o inverno. A família inteira tinha.

Dagmar era uma entre cinco filhos. Lidou com a paralisia infantil ainda muito nova e venceu a batalha árdua, o que rendeu ao irmão mais novo o nome do médico que a salvou, como homenagem ao milagre conquistado.

Trabalhou como professora até se aposentar. Não se casou e não teve filhos, mas ajudou na criação dos sobrinhos. Mesmo depois de perder os pais, seguiu na mesma casa por longos anos sozinha, mesmo com a distância e com as dificuldades físicas impostas pela doença.

Dona de uma personalidade forte, Dagmar marcava as pessoas com seu senso de humor intenso, que fazia todos rirem. Era rígida, porém doce na mesma medida.
"Ensinou aos sobrinhos e seus descendentes bons costumes e modos, mas sem deixar a ternura de lado. Nos deixava ajudar a fazer deliciosos biscoitinhos caseiros", se recorda Bruna, a sobrinha-neta.

Recebia a família em Andrade Costa sempre com muito carinho e uma deliciosa sopa – que acreditem: ninguém mais fazia igual! Partiu deixando uma família inteira com saudade infinita.

Dagmar nasceu Andrade Costa (RJ) e faleceu São Paulo (SP), aos 93 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Beatriz Bevilaqua, a partir do testemunho enviado por sobrinha-neta Bruna Rodrigues Coppedé, em 23 de maio de 2020.