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Daízes de Souza Pantoja Oliveira

1940 - 2020

Uma mulher única. Fez do seu abraço um lar e, na mesa, multiplicava o bolo para que não faltasse a ninguém.

Dona Daízes foi um ser humano profundamente meigo e amoroso. Às vezes séria, mas sempre trazendo consigo um enorme carinho por todos. Uma senhora batalhadora que, com sorrisos, ganhava o coração de quem estivesse por perto.

A alegria também fazia parte da sua rotina. A calma que cultivava em si a ajudava a permanecer firme, até mesmo nos momentos mais difíceis. E na sua fé também se fortalecia.

Era tão apaixonada pela família que era só algum filho sair pelas ruas da cidade, ou ir para outro estado a passeio, que seu “coração de mãe” já ficava aflito. Mas, lá no fundo, sabia que seu cuidado direcionava cada um deles.

“Ela era uma mulher fiel a Deus. Apesar de não saber ler, toda noite pegava a Bíblia e abria como se entendesse cada palavra. E realmente entendia. Agradecia a Deus por tudo e pedia proteção aos filhos, netos, bisnetos e irmãos”, relembra a neta Priscila.

A recepção em sua casa era sempre feita com um abraço e um carinhoso “Oi, meu filho!”, não importava quem fosse. Da sua cadeira de balanço, esperava ansiosamente pela visita dos filhos e netos.

Seu café era incomparável. Fazia questão de acordar às 5h da manhã para que ninguém saísse de casa sem tomar aquele pretinho maravilhoso e quentinho que só ela sabia fazer. Servir era com ela mesma.

Seu coração era cheio de bondade e sempre cuidadoso com o próximo. Era capaz de dividir uma única fatia de bolo em muitas partes para que não faltasse um pedaço a ninguém.

Amava um açaí tanto quanto amava estar em família. Reunia todos para um almoço e, logo depois, sentava-se em sua cadeira de balanço no pátio de casa para assistir à novela.

Dona Daízes transbordava em sentimentos bons. E soube partilhar tudo com muito afeto e sabedoria. Construiu um legado que seguirá orgulhando gerações.

Priscila, em nome de toda a família Pantoja Oliveira, finaliza contando sobre a bênção de tê-la por perto: “Ela foi uma avó que ajudou a criar praticamente todos os netos. Dividia um pão para todos, mesmo que faltasse para ela. Ensinou sobre o amor e respeito a Deus e para com as pessoas. Somos eternamente gratos a ela por tudo. Te amaremos eternamente, dona Daízes”.

Daízes nasceu em Macapá (AP) e faleceu em Macapá (AP), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Daízes, Priscila Pantoja Oliveira . Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Thiago Santos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de dezembro de 2020.