Daniel Alfredo da Silva

1965 - 2020

Seus olhos não avistavam maldade, pois seu coração era repleto de amor.

"Talvez ele achasse que houvesse quem não gostasse dele. Errou e errou feio. Nunca houve alguém tão importante quanto ele, alguém que as pessoas queriam bem e por perto", declara o sobrinho Jean Victor.

Foram cinquenta e cinco anos de um coração enorme, daqueles que enfrentam qualquer coisa por quem ama. Ele tinha um humor um tanto quanto peculiar e uma fome insaciável que, aliás, era sempre assunto nos almoços de domingo. Teve uma vida conturbada, mas acima de tudo, a levava com amor.

Daniel Alfredo fazia de tudo um pouco. Se precisasse de uma reforma, prazer! Ele era o pedreiro que estaria na sua porta às quatro da manhã para trabalhar. Se precisasse de alguém para servir uma festa, ele seria o garçom, daqueles que te serviria até se não estivesse no seu melhor dia, pois para ele, a prioridade sempre era o bem-estar dos outros. Jean Victor ressalta que o seu trabalho mais bem-feito foi o cuidado que tinha com seus pais, que moravam na casa ao lado da sua. Seu amor, carinho e zelo eram imensuráveis.

"Logo atrás, está o seu filho Benjamim, de apenas 5 anos. Um garoto que esbanja alegria. Para ele, você foi trabalhar com Deus e, enquanto isso, te asseguro que cuidaremos dele tão bem quanto você cuidaria", diz o sobrinho.

Para o sobrinho, se na vida houvesse alguma lógica, seria o filho quem enterraria os pais, mas a lógica não se aplica à vida, e os caminhos que por onde ela te leva não estão sob nosso controle.

"Muitas das lembranças que temos dele podem estar no passado, mas dentro dos nossos corações, ele ainda está presente. Não encaramos isso como uma despedida, e sim como um 'até logo', assim como aqueles que ouvíamos no final dos almoços de domingo. Tio Dani, onde quer que esteja, esteja bem", completa Jean Victor.