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Danielle Fernanda de Campos Morais

1980 - 2020

Dona de uma habilidade incrível de ouvir e cuidar das pessoas.

Falar sobre a Danielle é falar sobre o dom de ouvir e cuidar das pessoas. Por esta e por outras tantas razões, a Medicina sempre foi seu grande amor e seu instrumento diário para fazer a diferença na vida do próximo.

Dani foi uma médica dedicada, uma filha amorosa e uma neta carinhosa. Amava a sua família, os animais e café... muito café! Também foi uma amiga especial, daquelas que não se esquece jamais.

Ana Carolina viveu com a Dani vinte e cinco anos de cumplicidade, amizade verdadeira, repleta de histórias e lindas lembranças. “Lembro-me que quando nos reuníamos para fazer os trabalhos de escola, mal conseguíamos fazer alguma coisa. Eram risadas e mais risadas. Ah... aquele trabalho de inglês na casa da avó dela, rimos de doer a barriga!”, conta.

Mesmo com a rotina corrida imposta pelo exercício da Medicina e com a distância geográfica, Dani sempre fez questão de estar presente na vida de Ana Carolina e das outras três amigas que formavam, juntas, uma “trupe”, um laço de amizade iniciado nos tempos da escola.

“Quando nos encontrávamos, ela levava sempre um mimo: um brinquinho, uma pulseirinha, uma caneca para café. Era sua maneira de demonstrar o carinho que sempre teve com as amigas”, conta Ana Carolina.

Com seu jeito de ser e de acolher as pessoas, Dani ensinou muito sobre amor, generosidade, lealdade, resiliência e, principalmente, sobre o valor da amizade. “Ela nos deixou na semana em que o Brasil atingiu 100.000 mortes pela Covid-19 e não conseguiu cumprir o combinado de envelhecermos juntas. Nossa trupe para sempre estará incompleta. Éramos cinco, agora somos quatro e um vazio enorme”, lamenta a amiga.

Lembrar-se da paixão da Dani pela Medicina alegra o coração dos que a conheceram e os faz rememorar a sua felicidade ao descobrir que havia sido aprovada para entrar na Universidade e a sua alegria no dia da formatura. Ela, enfim, tinha conseguido viver a vida que sempre sonhou!

Além dos familiares, amigos e pacientes, Danielle deixa um companheiro apaixonado e dedicado, uma horta para ser cuidada e um gatinho peralta.

No coração de Ana Carolina, Dani deixa muito amor, saudades do seu senso de humor bem peculiar e a certeza de que a amizade é uma benção para a eternidade. “Você vai fazer falta na live, na mesa do café, na nossa vida, minha miga mana”.

Danielle nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 39 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Danielle, Ana Carolina de Laurentiis Brandão. Este tributo foi apurado por Gabriele Ramos Maciel, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 29 de agosto de 2020.