1998 - 2020
Amava dançar, não tinha quem a segurasse quando decidia organizar uma festa.
Conhecida como DaliDali entre a família, e Daday pelos amigos. Dayane, filha caçula entre três irmãs criadas por uma mãe solo, que desde cedo as ensinou a zelar pela casa. Mãe e filha, muito unidas, tinham uma relação muito próxima; trocavam conselhos, afetos, risadas e serviam de colo quando a outra mais precisava. Estavam sempre juntas: indo passear e andar na praia, conversando sobre tudo e contando histórias; quando separadas, viviam se falando no telefone e trocando mensagens pelo WhatsApp. "Ela não era só minha caçula, ela era minha amiga. A minha melhor amiga; que eu nunca tive na vida", conta com carinho, a mãe.
Desde pequena, amava dançar. Participava das apresentações do colégio, de desfiles e tinha o sonho de ser uma das dançarinas do Faustão. Se dava por inteiro em tudo que fazia. Em suas brincadeiras quando criança, houve um episódio memorável: ao aprender a andar de bicicleta desceu de uma ladeira, perdeu o controle e caiu dentro de uma caçamba de lixo; resultado: Daday nunca mais quis andar de novo!
Já na cozinha havia puxado as habilidades da avó, inventando caldos que ficavam uma delícia. Seus pratos preferidos eram sopa pirão e moqueca. E, no dia a dia, não podia faltar um café feito no coador e um cuscuz com feijão e ovo.
Sempre muito estudiosa, dedicou-se à área da saúde. Cursava Enfermagem, tinha vontade de fazer o curso do SAMU e, quando acabasse, queria fazer faculdade de Medicina. Junto com os colegas do seu curso, ela ia estagiar nos hospitais e nos asilos, sempre inventando brincadeiras para iluminar o dia de todos.
Dayane era muito ativa, não existia tempo ruim para nada que ela decidisse fazer. Organizava todos os carnavais, as festas de São João, os aniversários e os natais. Comprava as coisas que precisava no Centro e arrumava tudo - até cozinhava para todos, nunca deixando faltar nada para ninguém. Sempre com um sorriso encantador no rosto, passou pela vida das pessoas deixando lembranças inesquecíveis de alegrias e risadas!
Dayane nasceu em Aracaju (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 22 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela mãe e pela irmã de Dayane, Ana Maria e Ana Karolina Felix. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Letícia Virgínia da Silva, revisado por Luana da Silva e moderado por Rayane Urani em 24 de novembro de 2021.