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Diogo da Silva Pinheiro

1982 - 2020

Deixou doçura, alegria e simplicidade em viver a vida.

Era uma pessoa doce, generosa e amiga. Foi um companheiro e filho dedicado.

Nem sua condição de cadeirante, por ter nascido com uma anomalia congênita ─ a espinha bífida ─, impediu Diogo de viajar, conhecer o país inteiro e até os Estados Unidos.

Foi um dos integrantes da Roda Viva Cia. de Dança, que trabalha com bailarinos portadores e não portadores de deficiência, inserindo, através da arte, essas pessoas portadoras de deficiência no mercado como bailarinos profissionais.

Entre tantas participações com a companhia, chegou a apresentar-se na Ópera de Arame, em Curitiba, com o espetáculo "Pernas pra que te Quero" e no "I Festival Internacional de Dança sobre Cadeiras de Rodas”, em Boston, nos EUA.

Diogo também foi um atleta halterofilista da seleção do Rio Grande do Norte e trabalhava numa rede de supermercados desde 2010. Por onde passava era querido, amado e admirado por sua história e por sua personalidade calma e tranquila.

Era fã da Banda Grafith e, sempre que podia, tinha presença marcada nos shows do grupo. Amava dançar, dirigir, viajar e se reunir com amigos. "Eu, como amiga e como esposa, tive o prazer de estar com ele até o último momento. Os planos e sonhos dele incluíam: a aposentadoria, morar fora do Brasil, oficializar nosso casamento e montar uma empresa", conta Ana Caroline.

Diogo foi um filho muito amado e sua mãe sempre fez questão de incluí-lo em tudo. Desde sempre ele soube que as diferenças e igualdades podem se completar e caminhar juntas.

Diogo deixa pai, mãe, irmã, esposa, sobrinhos e amigos. Todos muito orgulhosos de sua linda trajetória e certos de que agora ele alegra o Céu com sua dança, seu sorriso e sua doçura.

"Deus te abençoe. Te amo para sempre", despede-se Ana Caroline.

Diogo nasceu em Natal (RN) e faleceu em Natal (RN), aos 37 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Diogo, Ana Caroline dos Santos Teixeira. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 11 de dezembro de 2020.