1937 - 2020
Gostava de tomar sol na frente de casa ouvindo seu radinho de pilha.
Divino saiu das Minas Gerais e foi para São Paulo no final da década de 1970. Na cidade grande, com muita dedicação, suor e comprometimento, vieram as merecidas conquistas profissionais como pedreiro e carpinteiro.
Já estava aposentado e viúvo, mas chegou a completar suas bodas de ouro com Maria Terezinha, com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Geraldo, Lourdes Maria, Lucimar, Luciene Aparecida e Leandro Rogério. Ao todo, o resultado da união foram seis filhos, 19 netos e nove bisnetos.
Foi um homem muito alegre, um tanto tímido e reservado. Divino era humilde, simples, honesto e muito trabalhador. "Com ele não tinha tempo ruim, nada o impedia de trabalhar", diz a filha Lucimar. Gostava muito de estar com os seus, seja em ocasiões comemorativas ou em simples almoços em família. Segundo a filha, a alegria do pai era "passar os domingos reunido com os filhos e netos".
Tinha um lado conservador, de tradição familiar, e costumes típicos da criação interiorana. Gostava de ouvir rádio de pilha tomando um solzinho e seus pratos preferidos eram frango com quiabo à moda mineira; costela cozida, a famosa vaca atolada; torresmo e galinhada.
Divino era um ótimo contador de histórias, principalmente das que remetiam a sua infância em Minas. Muito teimoso, Lucimar conta que "quando ele colocava uma ideia na cabeça, não tinha quem o fizesse desistir daquilo. Tinha de ser da forma que ele queria e, somente com muitos argumentos, em alguns casos, ele cedia."
Lucimar encerra sua homenagem dizendo: "Não existe partida para aqueles que permanecerão eternamente em nosso coração."
Divino nasceu em Fernandes Tourinho (MG) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Divino, Lucimar Pereira Andrade da Silva. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Lígia Franzin, revisado por Daniel Schulze e moderado por Rayane Urani em 14 de novembro de 2020.