1966 - 2020
Era um ser de extrema luz. Filho grandioso e irmão amoroso. Enfim, um ser humano digno.
Para Edgard, não faltavam elogios ao seu jeito de lidar com o próximo nem reconhecimento à sua doçura. Era irmão não só para os seus de sangue como também para seus amigos.
Era um poeta. E, em sua homenagem, Rodrigo, marido de sua irmã Roberta, lhe escreveu um poema:
Talvez tardia
A lira que hora
Te envio
Que anuncia
O espelho teu
Que me guia
Contagiante ternura
Inofensível figura
Que jorra serventia
Seja noite
Ou no claro
Do dia
Neste mundo daqui
Desprovido da troca
Ao outro devota
Mais que devota a si
Se um pouco de ti
Eu consegui reter
Se me pode compreender
Muito de mim
Foi moldado por você
Suas horas são infinitas
O seu tempo não tem fim
Mas, se o acaso
Te afastar de mim,
Este mesmo acaso
Não o poria longe assim
Receba de mim
Meu afago profundo
Que não cabe neste
Mundo
E mais que do mundo
Faço de mim
Seu anjo
Querubim
Edgard nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 53 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Edgard, Roberta de Oliveira Moreira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Manuella Caputo, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 19 de outubro de 2020.