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Edigar Pereira de Souza

1950 - 2021

Era torcedor fiel do São Paulo, mas acompanhava a filha e o genro aos estádios para ver os jogos do Bragantino.

"O melhor pai que um filho quereria ter..." Assim era Edigar para os filhos Francisco, Maria Clara, e também para as filhas não biológicas Bete, Val e inúmeras outras pessoas para quem ele sempre fez questão de dedicar e distribuir o mesmo carinho.

Trabalhou durante toda a vida como metalúrgico e fez o impossível para ver os filhos terem as melhores oportunidades da vida, as chances que ele não pôde ter. Fazia questão de contar isso a eles para que nunca se contentassem com pouco.

Já aposentado, foi o grande parceiro de vida de Solange. Os dois passavam os dias procurando afazeres para se ocuparem, e ela amava insistir para que Edigar embarcasse nas suas aventuras. Conta a filha Maria Clara que todas as noites eles brincavam e discutiam jogando dominó. "Ela não aceitava que ele contasse as pedras e ele não sabia perder."

Somente quem o conheceu sabia da dimensão infinita do seu grande coração. Saudosa, Maria Clara relata que "generosidade, calmaria, mansidão e sabedoria" eram as principais qualidades do pai.

Amava futebol. Passava horas e horas falando sobre o tema com o cunhado, Tião. Juntos sofriam quando seus times estavam em fases ruins, e empenhavam outras mil horas assistindo a todos os jogos disponíveis na televisão.

Amou também profundamente o seu cachorro, o Pretinho. Cuidava dele como se fosse um filho e ainda dedicava seu tempo brincando com o cachorro da filha, Thor, que amava morder os seus dedos.

Edigar era fã de doces de amendoim e paçoca, além de ser também chocólatra. Ao se descobrir pré-diabético, abriu mão de tudo em nome da saúde. Por conta disso encontrou uma grande distração na arte de fazer pães. Passava muitas e muitas tardes sovando as massas. Foi o cozinheiro da família, e fazia os melhores almoços aos domingos para que todos pudessem se reunir, pois sua paixão era estar com aqueles que amava.

Era muito feliz com a cidade em que escolheu viver, Bragança Paulista. Costumava fazer longas caminhadas para se exercitar ou mesmo depositar sua “fezinha” na casa lotérica da cidade. Quando a pandemia começou, transferiu as caminhadas para o próprio quintal para não perder o hábito.

Edigar deixou saudade em toda a família e nos amigos que tiveram a honra de desfrutar da sua presença em suas vidas. "Com toda certeza será lembrado pelo coração enorme por todas as pessoas que o conheceram", ressalta Maria Clara.

Edigar nasceu em Palmas de Monte Alto (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Edigar, Maria Clara de Magalhães Souza. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Maria Paula Rosa Freato, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 22 de agosto de 2021.