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Edilmar Julião da Costa Monteiro

1966 - 2020

Dono de um bom coração. Uma pessoa que todos gostavam.

Edilmar era funcionário de uma concessionária de transportes de trens e amava o que fazia. Era eletricista por formação. Muito dedicado, cuidadoso e responsável. Foi um botafoguense de paixão. Sua segunda paixão dividia-se entre sua família e seus cachorros (Maya, Olaf e Lupita). Cuidava mais dos cachorros do que de si mesmo.

Nas horas vagas, gostava de ouvir música e tomar a sua cerveja. Também gostava muito de ver filmes e séries. Era chamado de Dil na família e de Julião pelos melhores amigos. Era uma pessoa que todos gostavam. Foi casado com Lucrecia e teve dois filhos: Afonso Rodrigo, o caçula e Juliana. Não era de demonstrar muito seus sentimentos falando, mas, por dentro, era uma imensidão de amor.

Sempre quebrava os galhos de amigos e vizinhos, fazendo serviços, etc. Nunca tinha coragem de cobrar. Era muito querido por todos na vizinhança.
"Meu pai foi um homem forte, de palavra", diz a filha Juliana. A vida foi muito dura com ele, precisou trabalhar muito cedo, saiu de casa muito cedo, por isso seu jeito durão. Não se deixava abalar por qualquer coisa. Mas nada disso o impediu de criar e sustentar sua família de maneira digna. Não deixou faltar nada, nunca. Ele lutou até o final.

Esta é uma mensagem da família, em homenagem a Edilmar:

"O Trem

Você trabalhou a vida inteira.
Mas acho que isso, pra você, não foi um peso, pois você adorava o que fazia. Não foi à toa que ficou anos na mesma empresa e era um funcionário exemplar, reconhecido por isso.
Cuidava dos trens com toda a responsabilidade que sempre teve em tudo na vida. Responsabilidade que absorvi com muita intensidade por ter visto seu exemplo.
Consertou tão bem o trem, deixou-o tão perfeito, que ele, rápido como um trem-bala em pleno funcionamento, partiu. E você foi nele.
E nós ficamos na estação. Sem entender porque você foi na frente.
E não conseguimos cumprir tudo o que tínhamos planejado.
Mas seguiremos, vamos levando as coisas por aqui, com tudo o que você nos deixou de exemplo, aguardando o próximo trem passar.
E então vamos ficar juntos novamente.
Porque você foi na frente e hoje eu te escrevo isso.

De July July, Rodrigo e Lucrecia, Olaf e Maya."

Edilmar nasceu em Belém (PA) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Edilmar, Juliana de Souza Monteiro . Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Raiane Cardoso, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de agosto de 2020.