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Edilucia Evaristo

1968 - 2020

Para a Baixinha, ser feliz não tinha preço.

O sorriso de Edilucia possuía um tamanho inversamente proporcional à sua estatura. De pequena, só mesmo a sua altura. “Baixinha”, como era carinhosamente chamada pelos seus três filhos, Antonio Carlos, Janaina e Marlon Henrique, a mãe será lembrada para sempre pela capacidade de se manter brincando, o tempo todo.

Casada duas vezes, uma com Antônio Pereira, e outra com Marilton, ela cultivava o amor pela sua família como quem cultiva um lindo jardim. Prova disso é a união de seus filhos com o padrasto, chamado de “segundo pai” por um deles. Fruto dessa atmosfera envolvente de amor e graça que Edileusa conseguia criar.

A menos que aparecesse uma cobra, é claro! Inimiga número um da espécie, seu filho Antônio não se esquece de quando, em uma tarde serena de pescaria, Edileusa capturou sem querer uma dessas “feras”.
“Pensa em uma mulher que correu”, revela o filho, em meio a risos.

Esse é, provavelmente, o maior presente que a costureira deixou para esse plano: a capacidade de trazer sorrisos e alegria a todos, mesmo em sua ausência.

Edilucia nasceu em Princesa Isabel (PB) e faleceu em São Paulo (SP), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Edilucia, Antonio Carlos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Gabriela Monteiro, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Rayane Urani em 29 de maio de 2020.