Sobre o Inumeráveis

Edimar Marozzi

1982 - 2021

Tinha uma sintonia forte com a esposa, todos os dias dizia que queria ser sempre melhor para ela.

Edimar tinha um apego bonito ao seu passado, principalmente às memórias da infância na casa dos avós e às músicas de bandas antigas. Era um homem reservado, tinha pouco amigos e nutria profunda consideração por cada um deles. Seu amor pelo "rock" era sua marca entre os amigos. A esposa, Patrícia, conta que ele amava a sobrinha, Júlia, como se fosse a própria filha e que era um idoso no corpo de um jovem.

Patrícia e Edimar conheceram-se em uma festa de Ano Novo em 2008 e casaram-se em 2017. Patrícia era fã de sertanejo e muito festeira; já Edimar era fã de "rock" e um homem muito caseiro. O casal não ligou para isso — o que os unia era o amor e o gosto por comida japonesa. A esposa conta que "desde o primeiro encontro foi como se encontrasse a minha alma gêmea [...]. Nossas vidas eram feitas de muitos sonhos e um deles era de sermos pais [...]. Cuidava de mim como se eu não soubesse me cuidar, tudo o que eu pedia, ele fazia o possível para realizar; era meu amigo, meu conselheiro, meu esposo amado".

Edimar tinha muitas qualidades. Era caridoso, amoroso e sonhador. Temia muito a Deus, era católico e fazia questão de estar presente nas celebrações. Era muito pela família, em especial pela avó materna, pela irmã e pela prima que cresceu junto dele. Meus pais o amavam como filho, a cunhada o amava como a um irmão.

Engenheiro Eletricista de formação, era apaixonado por seu trabalho como "trader". Operava na bolsa de valores em teletrabalho, o que aumentou o cuidado de Edimar com a Patrícia: fazia o almoço e esperava a esposa para almoçar todos os dias. Apesar das habilidades como mestre-cuca, o prato preferido do casal era o estrogonofe da esposa.

Edimar era o irmão mais velho e agia de forma protetiva com a irmã mais nova, Elyane. Ele a chamava de "mermã" e ela de "mermão". Foi Elyane que promoveu o status de Edimar, de irmão e cunhado, a tio, quando deu à luz Júlia. Apaixonadíssimo pela sobrinha, cuidava dela como se fosse filha, passava tempo junto a ela brincando de pega-pega, pique-esconde e jogando diversos jogos. "Uma das manias de Edimar era apertar a bochecha da Júlia", relembra a esposa.

Edimar nasceu em Timóteo (MG) e faleceu em Coronel Fabriciano (MG), aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Edimar, Patrícia Silva Begate. Este tributo foi apurado por Luisa Pereira Rocha, editado por Claiane Lamperth, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 31 de maio de 2022.