1961 - 2020
Despedia-se da filha com amor: "se cuida, eu confio em você".
Calmaria e sensatez era o que a filha Vanessa encontrava quando procurava o pai: ela sabia que ele estaria ali sempre que precisasse. Cuidadoso e do time dos conselhos e da harmonia, mantinha uma boa relação com a filha e dela se despedia com um “se cuida, filha, eu confio em você". Vanessa revela: "Ele era um pai incrível, que me apoiava e me deixava ser quem eu quisesse”.
Apesar de ser considerado introvertido, as pessoas mais próximas conheceram um Edino divertido e brincalhão. Reunir a família no Natal era uma de suas paixões, principalmente para estarem todos juntos, celebrando a data especial. Não costumava ficar até o final nas comemorações, mas não deixava de aproveitar para comer e interagir com os presentes.
Entre os seis irmãos, exercia um papel paterno com disponibilidade e apoio. E não era diferente com os sobrinhos, que sempre eram presentados pelo tio nas datas comemorativas. Edino comprava livros para a filha e para a prima desta, pois sabia do gosto delas pela leitura. Gostava de vê-las felizes.
A comida preferida de Edino era carne vermelha; para acompanhar, um suco de groselha; eles dividiam espaço com a jujuba e o amendoim. Um dos programas prediletos era assistir a filmes de faroeste, apesar de nunca conseguir vê-los até o final. Acompanhar as novelas também fazia parte do seu tempo livre, assim como sentar-se em sua cadeira de balanço, na frente da casa, para observar a movimentação de veículos e pessoas na rua.
Como profissão, após servir o exército e com sua habilidade em cuidar, decidiu ingressar na área da saúde como Técnico em Enfermagem. Trabalhou na ala psiquiátrica por um tempo e interagia com os pacientes de forma única e divertida. Atuou também como técnico de "home care", fazendo atendimento na casa dos pacientes, e cativava a família de cada um com sua disponibilidade para ajudar. Até seus vizinhos eram contemplados com sua generosidade: muitos deles iam até a casa de Edino para injeções e curativos.
Saudosa, Vanessa relembra alguns dos momentos vividos ao lado do pai: quando paravam para observar a construção da casa deles, na rua paralela; quando ele a chamava para ir à padaria com ele; quando tinha sua companhia para ir até o ponto do ônibus, quando era criança; e de chamá-lo de “paiê”.
Gentileza, empatia e amor acompanharam toda a sua trajetória como pai e pessoa.
Edino nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) e faleceu em Campos dos Goytacazes (RJ), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Edino, Vanessa Maria Medeiro. Este tributo foi apurado por Emily Bem, editado por Hortência Maia, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 17 de dezembro de 2021.