Edmilton Dantas Santiago Silva

1977 - 2020

De criança arteira a homem da palavra de Deus: Dinho viveu uma trajetória de vida surpreendente.

E lá estava o Dinho, correndo pela vizinhança, divertindo-se de todas as formas possíveis para uma criança bem ativa e feliz: soltava pipas, balões, jogava e colecionava bolinhas de gude, também jogava futebol com os colegas e fez amigos tão verdadeiros, que os trouxe consigo até a idade adulta.

A primeira surpresa nesta trajetória aconteceu aos 18 anos: a criança arteira sonhava em ser soldado.

Alistou-se e serviu no Exército, na PQD, a Brigada de Infantaria Paraquedista. Atropelou todos os desafios e, enfim, conseguiu.

Diariamente compartilhava com sua família as experiências vividas. Chegava em casa contando como eram os testes de sobrevivência, os saltos de paraquedas e toda sua jornada. Em sua formatura, escolheu sua irmã caçula para amadrinhá-lo e pôr a boina vermelha no momento da formatura. "Inesquecível", afirma Monique.

A segunda surpresa nesta trajetória aconteceu ao sair do Exército: o soldado sonhava em ser funkeiro.

Dinho decidiu produzir jovens funkeiros e até ousou fazer uma dupla com um de seus amigos.

Já a terceira surpresa nesta trajetória aconteceu na vida adulta: o funkeiro se apaixonou e resolveu estudar.

Todos se impressionaram com o quanto o Dinho havia mudado ao conhecer sua esposa Cris. Tornou-se um homem trabalhador e retomou os estudos. Ia ser contador, para o orgulho de sua família. Dinho possuía habilidades incríveis de comunicação e se identificou com a "arte" de vender.

Após sete anos de casamento, tornou-se pai de sua única filha, a Sara, um encanto de menina.

Trabalhava por conta própria desde 2015. Era muito trabalhador, garantia o sustento de sua família e estudava muito. Tinha muitos planos para o sucesso de seus negócios.

A quarta surpresa nesta trajetória aconteceu após o casamento: o contador se converteu em um homem de Deus.

Congregava em Igreja Evangélica com sua esposa e filha e foi manifestado nele o dom da palavra. Tinha sempre uma palavra de conselho, de conforto, de consolo, de reflexão e de vida. Em determinados momentos, quando ele pensava que existia alguém que precisava de uma palavra, acertava. Mandava mensagem de áudio, de repente, para pessoa certa, na hora certa!

Nesta vida de tantas mudanças e surpresas, Dinho era sempre o mesmo: alegre, de bom coração, de boa índole, caridoso e forte.

Sua risada desmontava qualquer um: tinha uma gargalhada única. Expressiva, engraçada demais e muito marcante.

Demonstrando toda sua sabedoria, sabia que precisava deixar uma palavra para confortar os corações de quem amava. E assim afirmou, horas antes de sua partida: "Uma certeza eu tenho no peito: o Eterno está em nós!"