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Edna Aparecida Lima de Almeida

1950 - 2020

Aquela que qualquer um gostaria de convidar para um cafezinho fresco e uma boa prosa.

Dona Edna foi merendeira de uma creche e cumpriu bem essa missão, porque cozinhar para os outros é sempre um ato de amor.

A paixão pelo trabalho, mesmo quando já afastada da cozinha, se traduzia por meio das palavras de emoção contagiante que ela escolhia para falar dos alunos.

Ao longo de sua vida, o carinho com as crianças não se restringiu ao território da creche. Na verdade, era algo que Dona Edna carregava no coração e deixava transbordar sobre os netos, a quem ensinou a pedir a bênção, seguida de um beijo e muitos afagos.

Apreciadora de um café passado na hora, por vezes dividiu seu gosto por uma boa prosa com Michelle. Com carinho, a nora lembra que podia tratar dos mais variados assuntos com a sogra, a quem considerava sua amiga, e que o respeito entre elas sempre prevaleceu "mesmo eu cutucando ela sobre religião".

Para os colegas de igreja, assim como para os de trabalho e, sobretudo para família, Dona Edna deixa saudades.

Ela parte, porém, para ser companhia de Vovó Vaí e de tia Palmira, quem sabe até para um café no céu, que há de acolher essa devota de Nossa Senhora das Vitórias.

Edna nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Mauá (SP), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela nora de Edna, Michelle Almeida. Este tributo foi apurado por Caio Ferreguti, editado por Larissa Reis, revisado por Monelise Vilela e moderado por Rayane Urani em 14 de junho de 2020.