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Edson Atanásio da Silva Júnior

1962 - 2021

Habilidoso em muitas coisas, ensinou que a vida é muito curta para não se fazer o que se gosta.

Edson era conhecido por todos como Juninho. Filho de Edson e Avany, irmão de Ronald e Carmem Olívia, nasceu no Rio de Janeiro e teve uma infância tranquila. Desta fase, levou para a vida toda o orgulho pelo seu sobrenome, uma grande admiração por seu pai e uma forte ligação afetiva com a irmã.

Ele foi um pai, irmão, filho e tio muito amado e a sobrinha Catarina se recorda como era querido pela família: “Eu amava e ainda o amo muito. Tínhamos muito boa relação e eu gostaria que a gente pudesse ter convivido mais. Quando eu era criança ele sempre estava na minha casa, participava de celebrações como Natal, etc... Tinha boa relação com meu pai também”.

Ela continua, se recordando das muitas vivências: “Meu tio sempre esteve presente desde meu nascimento... Nós frequentávamos um clube que era próximo à minha casa onde havia piscinas, quadras de jogos, de tênis, campo de futebol e nos finais de semana, era bem divertido. Eu amei, quando ele foi na minha Formatura da Faculdade, porque foi uma época muito corrida e ele mesmo com seus problemas foi lá me prestigiar”.

Era carinhoso, prestativo e se importava com a família, principalmente com a irmã que apesar de morar longe, ele procurava se manter próximo por meio de conversas, participações nas redes sociais da sobrinha, envios de mensagens carinhosas e ligações telefônicas onde podiam fazer desabafos mútuos sobre os problemas da vida.

Ele foi casado, entretanto separou-se de Rosangela, a mãe de seu filho. Na vida adulta, enfrentou muitas dificuldades financeiras, de saúde com o filho, porém isso não lhe roubou a tranquilidade e nem a capacidade de fazer amigos.

Catarina ainda conta que admirava como seu tio conduziu sua vida: “Acho que foi muito bonito e também complicado para ele criar seu único filho sozinho, todavia ele assim o fez tendo muita coragem e força para fazê-lo. Muitas vezes, a pessoa está numa situação semelhante, mas não consegue ver a própria força. Eu tenho muito orgulho dele por muitos motivos, inclusive por esse, mesmo que para ele não fosse uma opção cuidar ou não do filho”.

Formou-se em Enfermagem, mas nunca exerceu a profissão. Preferiu seguir os passos do pai que era dono da uma gráfica onde ele trabalhou desde criança. Como se interessava por tecnologia sabia lidar com computadores, assim como consertá-los e instalar programas. Implantou o uso do computador na gráfica que era muito antiga e só possuía maquinário antigo. “Era capaz de mais coisas do que ele mesmo imaginava, buscava rumos onde pudesse usar todo seu potencial”, diz Catarina.

Inteligente, animado e criativo, sabia cozinhar muito bem desde jovem: fazia pizzas, outras massas, sanduíches, rissoles de camarão e drinks. Além disso para se divertir ouvia músicas e se distraía com jogos de computador. Tinha um bom coração, era engraçado e fazia palhaçadas de forma natural, não para agradar alguém. Embora com o passar do tempo ele tenha ficado mais reservado, continuou sendo aquele cara que fala alto, que ri e faz piadas.

Edson nasceu em Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Rio de Janeiro (RJ), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Edson, Catarina Atanásio Correia. Este tributo foi apurado por Rafaella Moura Teixeira, editado por Vera Dias, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 15 de dezembro de 2021.