Sobre o Inumeráveis

Eduardo Araújo Cardoso

1949 - 2020

Tamanho mensurável em altura, porém, imensurável em doçura, gentileza e justiça.

Um grande homem. Não só de tamanho, apesar de seus 1,90m. Eduardo foi um homem guiado pelo seu ENORME coração. Pense numa pessoa inabalavelmente otimista... foi ele. Alguém que, de forma positiva, soube conduzir a sua trajetória. Mesmo quando só havia motivos para angústia ou até questionamentos nas fases mais difíceis desta caminhada. Sempre viu o copo meio cheio, quiçá transbordando.

Papai sempre soube lidar com naturalidade no que diz respeito à vida e a morte.

"Foi durante minha infância que ele já explicava de forma lúdica que não deveríamos temer a morte e sofrer com aflições, porque um dia o momento de todos chegaria. Isso e com desenhos complementando o Céu e a Terra, as alminhas dos anjos e nossa, como eu achava incrível! Com minha cabecinha de 7 anos eu indagava: Haveria, então uma nova chance de viver após este o caos do mundo material? A resposta é que talvez nunca saibamos" relembra o filho Marcos Paulo.

Agora, como filho, indago: "Deixa Edu um vácuo aqui conosco? Uma lacuna pessoal e intransferível? Sim, muito! Deixa e deixará por muitos e muitos anos esta sensação em nós".

Foi conhecido carinhosamente pelos amigos da Aeronáutica como "Prego", pelos estudantes de engenharia elétrica da UCP Petrópolis como "Cota" (referência à cota máxima da geometria por sua altura), pelos sobrinhos como "Tio Dudu", pelos quatro filhos como "Cardosão" e pelos funcionários que cruzaram caminho dele como "Seu Eduardo".
E acima de tudo ao amor da vida dele, Elisabeth Lima Cardoso, a musa inspiradora de grande parte das 150 canções anônimas (muitos dos amigos não sabiam desta arte de compor).

Foi conhecido como "Edu, seu maridinho". Como ela muito tem dito nestes dias de luto, do grande homem de sua vida, em verdade o único. Pois se conheceram em 1964, quando ele tinha 16 e ela 14 anos.

"Pai, você seguirá eternamente vivo em nossos corações. Nas pequenas e nas grandes coisas. No ventre de minha amada esposa já habita um espírito de luz, que seja Nicholas ou Cecília. E que virá pra muito nos ensinar acerca do ciclo da vida e da morte.
Um(a) pequeno(a) professor(a) que muito mais nos ensinará do que o caminho inverso. Nada é por acaso e sinto dentro do âmago do meu ser, no meu eu-interior, que você está em muita paz", diz o filho Marcos Paulo.

Eduardo nasceu Rio de Janeiro (RJ) e faleceu Rio de Janeiro (RJ), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Priscilla Fernandes, a partir do testemunho enviado por filho Marcos Paulo Lima Cardoso, em 23 de maio de 2020.