1972 - 2021
Um violeiro apaixonado, quase todo dia estava com seu instrumento, sentado na calçada, tocando e cantarolando.
Sempre foi muito amoroso com a família, abraçava e beijava todos. Apreciador de comidas saborosas, amava um bom camarão ou então, seu picado. Tinha uma característica muito digna e respeitosa, não gostava de se meter ou falar da vida dos outros, nem dar palpite sem ser perguntado. Só abria uma exceção se o assunto fosse com suas duas meninas, das quais ele não se aguentava de ciúmes e sempre queria saber de tudo que se passava. Era um pai muito presente, bom ouvinte e conselheiro.
Flamenguista, animado e brincalhão, Eduardo sempre gostou de uma partidinha de futebol, uma boa pescaria com os amigos, e tudo isso acompanhado de cerveja. Mas as maiores paixões mesmo do natalense eram: tocar seu violão e cantar com suas duas filhas, Marias.
Só era mais reservado em locais e momentos que realmente pediam tal comportamento, como em seu emprego de Servidor Público da Justiça.
Tinha muitos amigos, era sempre afetuoso, piadista, jogador de futebol, além de ter um hábito nobre: ouvir com atenção a história de vida das pessoas. Sempre que podia, sentava na porta de casa com seu instrumento e dava um show particular de cantoria.
Sua irmã, Marília, conta algumas passagens engraçadas e curiosas da vida dele, como: “Ele enviava fotos dos peixes que pescava e fazíamos piada, dizendo que era história de pescador. Quando ele ia pescar e, mesmo mal conhecendo a pessoa, já mandava esvaziar o congelador que ele ia encher de peixe."
"Certa vez a filha mais velha foi falar com ele sobre o primeiro beijo, dizendo que tinha um problema porque não sabia beijar. Foi muito engraçada sua reação, ele teve que engolir o ciúme e seguir na orientação.”
Tinha planos de comprar uma sanfona, levar as Marias para a Disney e ver sua primogênita passando no Enem. E ela, honrando o desejo do pai, passou mesmo.
Eduardo nasceu em Natal (RN) e faleceu em Natal (RN), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã caçula de Eduardo, Marília Menezes de Oliveira. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 12 de julho de 2021.