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Edvaldo Barbosa da Fonseca

1953 - 2020

Sua marca registrada era a alegria, quando chegava em algum lugar era impossível que não o notassem.

Em festas de família ou em qualquer outra que fosse convidado, ele tomava a frente, pegava o microfone e animava todo mundo. Sua voz era forte, parecia com a de um radialista, um locutor. Aliás, ele adorava esse lado comunicador: imitava o Chacrinha, animava qualquer comemoração e cantava seu samba.

Edvaldo era um católico fervoroso e amava Deus sobre todas as coisas, além de sua bonita devoção por Nossa Senhora Aparecida. Acordava 5h30, fazia suas orações e passava algumas das suas horas ali. Quando ganhou uma réplica da santa, pegava a imagem e fazia questão de compartilhar com as pessoas ao seu redor. A novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro era sagrada, toda terça ele nos dizia “primeiro Deus, minha filha, depois as outras coisas”.

No trabalho era muito ativo: foi despachante, documentalista de veículos, propagandista de remédio, vendedor, já teve restaurante e lanche. Trabalhou a bessa para dar uma vida confortável para sua filha e esposa. No despacho de veículos, era o entusiasta no sindicato e tentava ao máximo levantar sua categoria, sempre lutando muito para que eles fossem ouvidos e respeitados no departamento de trânsito do Amazonas

Seu coração generoso, sempre procurou ajudar a todos, de crianças a idosos. Exemplo de fé e amor ao próximo para a família. Constantemente se esforçava para fazer doações mensais a instituições de caridade.

Pai, marido, padrasto e avô inigualável. “Aprendi a ser o que sou com os ensinamentos e a vida de meu pai. Meu maior incentivador, meu herói. Como dizia a ele: o amor da minha vida todinha. Papai sonhava que eu me tornasse cantora e participasse do The Voice Brasil. Ele vivia dizendo: minha filha, tu tens muita voz, só falta a minha coragem!” relembra sua filha.

De temperamento quente, mas de um coração maior que o corpo, Edvaldo foi anjo na Terra e continua sua jornada de amor no céu, o lugar que ele mais falava que era onde queria chegar.

Edvaldo nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Edvaldo, Bárbara de Souza da Fonseca. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ana Beatriz Fonseca, revisado por Sandra Maia e moderado por Rayane Urani em 16 de dezembro de 2020.