Elena Cazuza Guimarães

1949 - 2021

Seus panos de prato, fervidos com capricho, brilhavam pendurados no varal.

Cearense de Brejo Santo, Elena fez muitas mudanças ao longo de sua vida. Mudou-se ainda pequena para o estado de São Paulo com os pais e irmãos para trabalhar na Fazenda Jangadão. Depois, já no Paraná, morou em Rolândia e, mais tarde, já com marido e filhas, mudou-se para Londrina, buscando uma vida melhor para a família.

Casou-se muito jovem com o lavrador Anísio e tiveram as filhas Marcia, Sandra, Claudia e o pequeno José, que partiu com poucos dias de vida. Com as filhas ainda pequenas, toda a família trabalhou em plantações de café e algodão.

Em Londrina, o casal teve a tão sonhada casa própria, adquirida com o fruto de seu trabalho, ela como empregada doméstica, ele como jardineiro. A vida seguia correndo bem até que Anísio sofreu um acidente de trabalho, ficando acamado durante oito longos meses. Elena cuidou do marido até seu falecimento, após quarenta e dois anos de uma vida compartilhada.

Ela seguiu cuidando das filhas, que, já casadas, lhe deram sete netos e três bisnetos, todos muito amados por ela. Apaixonada por crianças, ela os defendia com unhas e dentes.

Elena era conhecida pelo seu capricho e limpeza, e todos admiravam ver os seus "paninhos brancos", que chegavam a brilhar estendidos no varal depois de cuidadosamente fervidos.

Era conhecida também por seus dotes culinários, demonstrados principalmente numa farofa de farinha e ovo, chamada "malassada", no bolinho frito, na maionese e no macarrão sempre presente em todos os eventos familiares.

Sua fé em Deus a movia e intercedeu por muitos nas madrugadas, de joelhos, até o momento que suas forças permitiam. Tinha um coração gigante com aqueles que admirava e que tinham fé em Deus.

“Sua partida deixou um vazio na família e não tem como Elena ser esquecida”, diz a neta Bruna Karoline.