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Eliane Pereira de Moura

1958 - 2020

Viver para o próximo foi a maneira que ela encontrou de viver para si.

Dizem que ela deixou de aproveitar sua vida para se dedicar à família.

No entanto, para Lala, como gostava de ser chamada, viver para o próximo foi também um modo de viver para si.

Era generosa por vocação. Amava e cuidava de todos, transmitindo uma paz que só ela podia proporcionar. E, todo carinho que distribuía era recíproco.

Nas horas livres, gostava de criar memórias passeando. Adorava uma festa, um sítio, um dia ensolarado na praia... Também costumava registrar seus melhores momentos em fotografias. Ah, como Lala amava uma foto!

Permaneceu casada durante 46 anos com João e, juntos, criaram os filhos Wêidma, Williams e Wendel; e não economizavam no amor e no cuidado aos netos.

Wêidma, sua filha e confidente, relembra os conselhos e momentos especiais que dividiu com Lala: “Foram tantas histórias. Era minha mãe e minha amiga, companheira de muitas aventuras. Sempre estava ao meu lado em tudo. Sabia de toda a minha vida e eu, da dela.”

Se Lala, agora, porventura, pudesse escutar o que dizem de sua pessoa por aí, ouviria que, em vida foi, “a melhor mãe, avó e esposa que alguém poderia ter; um ser humano admirável e que todos desejavam ter por perto”, declara, com muitas saudades, sua filha Wêidma.

Eliane nasceu em Sapé (PB) e faleceu em Recife (PE), aos 61 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Eliane, Wêidma Pereira de Moura. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Júlia Palhardi, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de junho de 2020.