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Eliane Valério da Silva

1961 - 2021

Jamais passava despercebida aonde quer que fosse: todos eram atraídos pelas suas gargalhadas extasiantes.

Eliane tinha como sua principal característica a alegria transbordante com que levava a vida, de tal modo que era improvável estar no mesmo ambiente que ela e não ser inundado pela folia de seus gestos. Em quaisquer momentos ou lugares, nunca passava despercebida, preenchendo o ambiente com as suas gargalhadas e cantorias. Agia como se a vida fosse uma grande festa e ela sempre estivesse comemorando a sua existência e a de seus amores.

Possuía, como poucos, o dom da jardinagem: parecia que as suas mãos tinham alguma mágica, já que todas as suas plantas aparentavam beleza e viço. O júbilo por seus cultivos era tamanho, que os seus olhos brilhavam ao mostrar seus vasos de flores impecáveis para quem a fosse visitar. Excelente cozinheira, tinha satisfação em reunir familiares e amigos para se deliciarem com os seus preparos.

Desempenhou com primazia os papéis que a vida lhe presenteou: exerceu a maternidade com a alegria que lhe era habitual; como avó, desmanchou-se em amores e paparicos; e foi a fiel companheira do Zé, o seu grande e eterno amor.

A ausência tão sentida no correr dos dias demonstra muito quem Eliane foi e o legado que deixou: viveu cada dia de forma tão intensa, amou as pessoas tão verdadeiramente e brindou todos os momentos com uma alegria tão sublime, que se tornou parte das memórias mais bonitas de inúmeros corações.

Eliane nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Eliane, Tina Fusco. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Luísa Rocha, editado por Andressa Vieira, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 30 de setembro de 2023.