1954 - 2020
Adorava viver e se divertir. Tinha um sorriso maior que si.
Barrozin, como era conhecido, era alegre e apreciador de uma cervejinha com os amigos. Detestava brigas e desentendimentos, tinha sorriso largo e conhecia gente a ponto de não haver um só lugar onde fosse e não tivesse que parar para conversar. Outra paixão de Elias foi dirigir: era motorista de ônibus escolar.
"Meu pai tinha a mania de falar: 'Ma, rapaz, será possível?', uma expressão que ficou marcada e que ainda hoje a gente fala lembrando dele. Também gostava de estalar os dedos; inclusive, após sua morte, numa noite minha mãe ouviu aquele som de estalar os dedos!", conta a filha Sandra, com espanto.
"Quando ele ficava alegre da cerveja, fazia o passinho do romano, dançava. Todo ano, fazia questão de visitar os parentes e irmãos no Maranhão e, nessas viagens ele era só alegria - andava a cavalo e dizia: 'sou o Beto Carrero pobre!' Tomava banho no açude e chegou até a perder sua dentadura numa dessas aventuras. Foi trágico, mas muito engraçado", lembra a filha, sorrindo.
Foi o melhor pai para seus filhos e os dois netos. Também foi muito, mas muito amado pela sua esposa e por toda sua família. "Barrozin foi cedo demais", lamenta Sandra.
Elias nasceu em Olho d'Água das Cunhãs (MA) e faleceu em Teresina (PI), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Elias, Sandra Dias Vieira da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Daniel Schulze e moderado por Rayane Urani em 10 de novembro de 2020.