1957 - 2020
Mulher de fibra, religiosa e animada, sempre arrumava um jeito de manter os filhos por perto.
Elineuza saiu de Sergipe rumo à capital paulista, ainda pequena, com seus pais e irmãos. Lá iniciou o papel de mãe cedo, logo aos 15 anos.
Após vários anos de vida dura em São Paulo, morando em favelas, barracos, cuidando com dificuldade dos quatro filhos, decidiu voltar para Aracaju. Lá teve mais quatro filhos, e a vida foi se mostrando mais caridosa. Já separada, cuidando sozinha dos filhos, manteve os olhos sempre próximos de cada um deles. Queria sempre eles por perto.
E assim se fez. Todos os filhos acabaram por morar nas redondezas de Dona Elineuza. Ela amava reunir todos nos almoços de domingo para comer sua famosa “galinha velha”. Era desinibida, boa na cozinha, e para as visitas gostava de servir sua peixada deliciosa.
Ciumenta com seus pertences “talvez pelas dificuldades que passou no começo da vida de casada”, conta sua filha, Edna. “Tinha uma mesa grande, por exemplo, que era seu xodó, ninguém podia usar”, sorri.
Religiosa, mesmo com a diabetes tendo comprometido razoavelmente sua visão, não deixava de frequentar a igreja, participava dos grupos de oração e gostava de cantar, tanto que até convidada a cantar em outras igrejas ela costumava ser.
Mas, o importante mesmo para ela, era manter a família reunida à sua volta. Seus oito filhos (Ivan, Edileuza, Eliana, Elinalva, Cristiane, Sandra, Edna, Luciene), dezoito netos e seis bisnetos.
Elineuza nasceu em Pacatuba (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 63, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Elineuza, Luciene Santos Arruda. Este tributo foi apurado por -, editado por Luciano L Carvalho, revisado por Emerson Luiz Xavier e moderado por Rayane Urani em 2 de junho de 2021.