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Elisângela Pereira Soares Pacher

1977 - 2021

Batalhadora e bem humorada, estava sempre arrancando algum sorriso por aí.

A filha mais velha de quatro irmãos, sempre foi responsável e cuidadosa. Quando eram mais novos, os pais às vezes precisavam viajar a trabalho, e era Elisângela quem ficava no comando da casa e cuidando dos irmãos, especialmente da caçula. A mãe de Elisângela tinha orgulho da primogênita, e o pai via na filha um porto seguro. Os pais enxergavam na filha o que todos também veriam nela no futuro: um coração gigante.

Foi criada com as primas, e havia entre elas um amor e cumplicidade sem igual. Eram primas, mas poderiam ser confundidas com irmãs, tamanho o afeto e carinho que tinham umas pelas outras. Se divertiam, trocavam segredos e dividiam problemas e soluções, lágrimas e sorrisos. Um carinho e afeto sem igual.

Depois, no futuro, quando construiu a sua própria família, as coisas não mudaram tanto assim. Continuou cuidando e amando a todos. Teve três filhos, e batalhou muito para os criar e educar nos princípios da educação. Graças ao seu esforço, conseguiu formar o filho mais velho em Direito, e conseguiu bolsas de estudo para as outras duas filhas. Era a força da família. Sempre disposta a ajudar quem quer que fosse.

Sempre presente na família, e fazendo a família se tornar presente. Amava reuni-los, e os encontros ao acaso e também as confraternizações planejadas. Elisângela se preocupava com todos. Especialmente com sua querida "vózinha", com quem fazia questão de manter contato, nem que fosse por telefone. Ligava para saber e dar notícias, cuidava da avó com a mesma atenção e afeto daquela que um dia fez de tudo pela querida neta.

Independente, não gostava de incomodar. Sempre soube se virar e resolver seus problemas sozinha. Vaidosa, gostava de se arrumar e sair sempre bem vestida e bonita. Divertida, adorava fazer os que estavam à sua volta sorrirem. Sempre dizia coisas engraçadas para arrancar um sorriso aqui e outro acolá. Ela mesma, tinha uma gargalhada única. Talvez porque, de alguma forma, ela sabia: dessa vida a gente só leva as boas risadas que dá.

Batalhadora, trabalhou muito ao lado do esposo para darem conforto, saúde e educação aos filhos. Nunca teve medo de trabalho, e se esforçou muito para conquistar as coisas que teve. Através de Elisângela, os filhos e parentes sempre souberam o valor da honestidade e do trabalho. Deixou um legado de integridade e justiça que jamais será esquecido.

Elisangela se foi deixando um sentimento de saudade em todos que tiveram a sorte grande de a conhecer. Aqui, familiares e amigos sentem falta do seu bom humor diário, da sua vaidade constante e do seu amor imenso. Ela tinha um ar de imortal que de certa forma era real. Elisangela de alguma forma, é eterna. De lá, ela segue protegendo e amando a todos e às vezes, quando alguém solta uma risada sem motivo, é o bom humor de Elisângela passando pra deixar um abraço.

Elisângela nasceu em Registro (SP) e faleceu em Joinville (SC), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela prima de Elisângela, Elizabete Carla Soares Takaki. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Bárbara Aparecida Alves Queiroz , revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 27 de março de 2021.