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Eliseu da Silva Dias

1965 - 2020

Todos os finais de semana o churrasco de Sr. Eliseu era garantido.

Eliseu teve o seu nome definido por um sorteio de papéis, com os nomes dos profetas bíblicos e este acabou por dar origem ao apelido Zeu, criado por seus irmãos.

Carlina, sua mãe, conta que ele sempre foi muito brincalhão e dono de uma infância muito alegre. Tinha quatro irmãos: Ronaldo, Vanderlei, também falecido por Covid-19, Sidney e Rosimere, a mais nova e a quem era extremamente apegado.

Foi casado com Claudete Munhoz da qual ficou viúvo no ano de 2006 deixando-lhes as filhas Jéssica, Larissa e Ana Alice pelas quais ele era apaixonado. Ana Alice conta que Claudete foi o amor da vida de Eliseu e que os dois eram unidos na vida e nas músicas com as quais louvavam a Deus na sua Igreja em sintonia, enquanto ela cantava e ele a acompanhava com um instrumento musical.

Um pai presente, engraçado, companheiro, que sempre se orgulhou e esteve ao lado delas de uma forma muito marcante. Um homem que sabia ser feliz com hábitos simples cujo lazer se tornava completo apenas em poder ficar em casa com a família, sua mãe, suas filhas e seus netos. Também se divertia ao viajar, cozinhar e principalmente ao contar piadas.

Habilidoso na cozinha, sempre conseguia juntar todos da família para fazer uma boa comida, o que seus netos Daniel e David amavam! Faziam pratos deliciosos principalmente peixe ensopado e rabada.

A comida era para a família um fator de união. O sabor de seus pratos ficará para sempre em sua memória. Sua filha caçula revela que ele poderia facilmente ser comparado ao famoso “tio do pavê” que toda família tem. Tinha mania de contar a piada do “é ‘pavê’ ou ‘pacumê’?”.

Eliseu trabalhou como supervisor de montagens e manutenção de elevadores e seguiu neste trabalho por quase dez anos, até pouco antes de falecer. Em casa ele tinha verdadeira mania de arrumação, suas coisas nunca estavam fora do lugar.

Ele vivia uma tremenda paixão por carros. Sempre trocava de automóvel e a cada um que comprava se tornava seu quarto filho, como conta Ana Alice.

Depois da partida de Eliseu, olhar para o cantinho do sofá que apenas ele se sentava, ver seu teclado e seu violão guardados ou ouvir as músicas que ele gostava de cantar provocam lembranças inesquecíveis.

Eliseu nasceu em Rio de Janeiro(RJ) e faleceu em Rio de Janeiro (RJ), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Eliseu, Ana Alice Munhoz Dias. Este tributo foi apurado por Luisa Pereira Rocha, editado por Vera Dias, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 22 de novembro de 2021.