Elizabete Aparecida Avanço Paini

1953 - 2021

Comprava duas cervejas para beber enquanto preparava o almoço de todos os domingos.

“A vida nunca foi fácil para ela. Criou quatro filhas com muito sacrifício.” Diz Francielle, a filha de Elizabete, que a descreve com ternura; e, também, como uma “mulher guerreira”.

Elizabete costumava dizer: “Se juntar as minhas quatro filhas, não dá a força que eu tenho!” Honrou a sua missão como mãe, demonstrando ser uma mulher dotada de virtudes raras e excepcionais, como a bravura e a coragem.

Era vaidosa. Zangava-se com as suas filhas, se por acaso, essas deixassem de se arrumar ao saírem. Chamava a atenção das meninas para que elas penteassem adequadamente os cabelos. As advertia, não permitindo que as mesmas saíssem sem batom. Até nesse excesso de zelo com a apresentação pessoal de suas filhas, o perfeccionismo e a vaidade de Elizabete ficavam evidentes.

Logo que recebia o dinheiro mensal da aposentadoria, ia “até a cidade fazer comprinhas”. Revela a filha Francielle. Mas essa não era a única alegria de Elizabete, que tinha no pilates sua atividade física.

O trabalho era outra fonte importante alegria. Tanto é assim, que Elizabete sentiu saudades da rotina quando aposentou-se. "Ela amava trabalhar fora", comenta Francielle. Sua última ocupação, próximo do momento de se aposentar, foi a de cuidar de crianças com algum tipo de deficiência. Ela tinha muito amor pelo que fazia, sendo muito amável e dedicada.

Ao usar o seu perfume preferido, Elizabete recendia o aroma de frutas, flores e um leve toque amadeirado. A menção a essa fragrância é um outro modo delicado de se perceber - e traduzir - a essência dessa mulher extraordinária e livre.

“Te amarei para sempre, minha mãe!”, conclui Francielle, a filha de Elizabete.