1969 - 2021
Amava as viagens em família onde servia de guia, de tão organizado que era.
Estar com a família era uma das coisas que ele mais gostava de fazer. Pai dedicado, amoroso e presente, que valorizava cada minuto que passavam juntos, e tentou mostrar, a todos com quem conviveu, o lado bom da vida.
Defendia suas crenças e valores, ensinou aos filhos o valor do estudo, do esporte, da simplicidade e acima de tudo, dos direitos humanos.
Fã incondicional dos filhos, nunca perdeu uma competição deles, gritava mais que o treinador. Sempre que podia, arranjava um tempinho e os levava para brincar na praia, na piscina, no campo de futebol ou no parquinho.
Nas viagens em família ficava responsável por tudo e o que sobrava ao restante das pessoas envolvidas, era o privilégio de aproveitar a viagem ao máximo. Até as malas ele organizava, de forma a caber muito mais, considerando o limite de peso permitido.
Gostava de música, de cachaça, de polemizar e de jogar conversa fora. Cantava Reginaldo Rossi aos berros, amava música do brega, MPB e rock. Até mesmo começou a gostar de pop quando foram para Orlando, pela primeira vez, acompanhando a tendência das rádios de lá, conta a filha Clarisse.
Falava sobre as dificuldades que tinha encontrado ao longo do caminho e mostrava rotas alternativas a fim de aliviar a jornada dos filhos. Queria a felicidade deles.
Erismar era uma pessoa que gostava de conversar sobre tudo, e quase sempre se dispunha a ouvir, mas era difícil fazer com que mudasse de opinião, como quando se referia aos filhos: dizia que eram as pessoas mais inteligentes, atletas e sensíveis do mundo, e acreditava piamente nisso.
Era torcedor apaixonado do América de Natal, assim como toda a família, e costumava levá-los aos jogos no Machadão ou na Arena das Dunas, onde se acabavam de tanto gritar e pular.
Erismar deixa saudade e lembranças doces. A resiliência sempre será a sua marca em nós, que ficamos aqui pela Terra, diz a filha Clarisse. “Gratidão por tudo, meu querido pai!”
Erismar nasceu em Florânia(RN) e faleceu em Natal (RN), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Erismar, Clarisse Milena de Holanda Bezerra Medeiros. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Rosa Osana, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 23 de junho de 2021.