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Everton dos Santos Valentim

1982 - 2020

Pai excepcional, torcedor fanático do São Paulo e o mais apaixonado e atencioso de todos os homens do mundo.

Everton trabalhou por algum tempo como encarregado de produção, mas foi graças à sua força de vontade e de muito trabalho como motorista de táxi-lotação, que juntou as economias necessárias para proporcionar à sua esposa e filhos o primeiro apartamento e, também, um terreno para construir a tão sonhada casa de praia da família.

Everton e Emanuelle protagonizaram uma história de amor dessas que parecem saídas de um livro de contos de fada ou de uma tela de cinema. O rapaz se interessou pela moça, encantou-se por sua beleza. Todos diziam que ele não teria a menor chance com ela, mas ele não deu ouvidos a ninguém. Tratou de arranjar o número de telefone de Emanuelle e ligou para ela. Foi tão gentil, galanteador e cavalheiro que acabou encantando a garota. Começaram a namorar, com três meses foram morar juntos e em 2019 nasceu o príncipe Antônio José; ficaram juntos desde 2015. Everton já era pai de Nicolas Gabriel e era absolutamente apaixonado pelos meninos, um pai maravilhoso.

Emanuelle conta que nunca imaginou que pudesse existir um homem assim: amoroso, atencioso, generoso. Faltava adivinhar os desejos e sonhos da esposa, “Foi um verdadeiro anjo em minha vida! Era um amor tão perfeito que nem parecia real”.

Conhecido e admirado por todos, pelo seu temperamento calmo, sua honestidade e seu caráter, Everton fez muitos amigos ao longo de sua vida; os colegas de trabalho chamavam-no de “Seu Ronaldo” e os amigos do futebol e que frequentavam sua casa, deram a ele o apelido de “Malhado”.

Além da família, dos filhos e da esposa, Everton tinha outra paixão: o São Paulo Futebol Clube, era fanático pelo time, não perdia um jogo pela televisão e, se estivesse rolando a bola nos pés dos jogadores são-paulinos, o torcedor fiel levava o celular até para o banheiro, para não perder nenhum lance.

Emanuelle teve sua história de amor precocemente interrompida, mas é uma moça forte, de muita fibra e que vê, na missão de criar o pequeno Antônio José, a maneira mais bonita de honrar a memória de seu amado Everton. Ficam a saudade e a certeza de que em algum lugar, lá junto das estrelas, seu anjo aqui na Terra, continuará a ser seu anjo lá no Céu.

Everton nasceu em Aracaju (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Everton, Emanuelle Cardoso Silva. Este tributo foi apurado por Ana Macarini, editado por -, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de outubro de 2020.