1964 - 2020
Bolinha era dotado de carisma e empatia, iluminava tudo ao seu redor.
Esta é uma carta aberta de Cibela para seu irmão Fábio:
Aos meus 2 anos, conheci o amor da minha vida: meu irmão.
Aprendi muito ao seu lado e também brigamos bastante, mas, no final das contas, o resultado era sempre positivo.
Fomos verdadeiros um com o outro. De um lado eu, invariavelmente mais enérgica, enquanto do outro, estava ele, sempre doce e cauteloso com as palavras.
Meu irmão foi meu primeiro amigo de verdade, que ganhei de graça. Não precisei provar nada pra ganhar sua amizade. Simplesmente nos identificamos, de imediato. O amor que sinto por ele não é igual a nenhum outro. Nem fim terá!
Sinto muito orgulho da pessoa que ele foi: puro de coração, uma luz que alegrou e iluminou muitas pessoas. Um apaixonado pela família, filho admirável, tocador de violão, fanático por futebol e pescaria, além de caridoso ao extremo. Ele era amado por todos!
Hoje, agradeço por ver tantas qualidades que, talvez antes, não quisesse enxergar. É incrível o que aprendi sobre você em poucos dias, desde que você partiu.
A pessoa que sou hoje, em parte, devo a você. A outra parte, prometo que será totalmente espelhada em seus exemplos, atitudes e entrega ao próximo.
Para minha filha, Luísa, meu enteado, Rafael, e aos meus sobrinhos, peço que reflitam sobre essa nossa trajetória de amizade, amor e cumplicidade, e que tentem ser uns com os outros uma parte, pelo menos, do que fomos nós dois como irmãos.
Te amo, meu irmãozinho! Até breve!
Fábio nasceu em Brasília (DF) e faleceu em Redenção (PA), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Fábio, Cibela de Faria. Este tributo foi apurado por Lila Gmeiner, editado por Mariana Quartucci, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de dezembro de 2020.