1959 - 2020
Fã de esportes e companheiro de viagens e aventuras em família. Felicidade completa? Um mimo do Corinthians.
Amante dos esportes, formou-se em Educação Física e trabalhou por anos incentivando a prática de esportes, a cultura e o lazer. Foi professor de Educação Física no Colégio Dante Alighieri em São Paulo e participou de vários eventos famosos, como Conexão e Virada Esportiva do interior. Além disso, foi secretário de Esporte e Lazer em Santo André.
Atualmente separado, suas paixões eram os filhos Aline e Diego e o Corinthians. A filha entrega: "Meu pai era vaidoso e vivia bem perfumado. Mas o vício do time era tamanho, que só usava preto e branco em homenagem ao clube."
Seu pai, Célio, foi goleiro do Corinthians e vem de longe esse amor, que compartilhava com a mãe, assistindo e vibrando com ela em todos os jogos. Guerra, como era chamado, tinha tudo do time. Isso facilitava na hora de presenteá-lo, conta Aline, que complementa: "No Natal, era só comprar qualquer coisa ligada ao Corinthians que meu pai ficava muito feliz."
E parece exagero, mas não é! Até a buzina do carro de Guerra era o hino do time. Dá pra imaginar?! Em todo lugar que passava, as pessoas já sabiam que era ele.
Seu pequeno defeito era falar sem parar. Mas isso até o ajudou no trabalho como apresentador de eventos. E, se ele tinha uma grande qualidade, era justamente lutar por seus objetivos. Aline orgulha-se do quanto o pai trabalhou para trilhar seu caminho.
Guerra tinha um bordão, uma frase do escritor James R. Sherman: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." A filha relembra que, nos palcos, ele gostava de usar essa mensagem, sempre no início do trabalho, e passava também pros filhos.
"Em uma viagem a Paraty pegamos uma longa trilha e encontramos uma senhora que me perguntou se estava longe para chegar ao destino. Respondi que fosse no limite dela. A partir de então, meu pai sempre me dizia: 'vai no seu limite'", conta Aline mais uma de tantas lembranças desse companheiro de vida.
Fábio gostava de pagode, samba e não curtia cozinhar; mas comer, adorava, principalmente uma costela com molho barbecue.
Outro grande prazer era viajar. Todo final de ano viajava com a família para um local diferente, conhecendo culturas, cachoeiras e praias. O local favorito deles era Paraty e já havia outra viagem nos planos, mas acabou ficando sem realizar dessa vez.
Aline sente saudade de tantos momentos agradáveis vividos com o pai e finaliza partilhando um em especial: "Em 2019, teve um cinema ao ar livre na praia de Santos. Esse foi um dia muito marcante, pois estávamos todos juntos: pais separados, mas unidos... um dia que não se sabia o que era mar e o que era céu, pois muitas estrelas refletiam no mar. Abraços, sorrisos e conversa leve. Lembrarei eternamente."
Para ver a história de sua mãe, que também faleceu de Covid-19, procure por Jeannette Penha Guerra no Memorial Inumeráveis.
Para ver a história de sua tia, que também faleceu de Covid-19, procure por Neide Trillo Guerra no Memorial Inumeráveis.
Fábio nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Sorocaba (SP), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Fábio, Aline Beselga Guerra. Este texto foi apurado e escrito por Denise Pereira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Denise Pereira em 13 de janeiro de 2021.