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Fabrício Torres Sampaio

1948 - 2021

Sua busca pelo conhecimento o movia. Viajava para aprender sobre outros povos, culturas e modos de vida.

Ele era um amante das artes e da cultura. Homem viajado, conheceu mais de 50 países e não se cansava, planejava conhecer o museu do Egito. Gostava de assistir filmes, de ir à óperas, ler, principalmente as biografias e, após a leitura, presenteava as pessoas com as obras para não acumulá-las em casa. "Passava-as para a frente”, assim era o Tio Fabrício, conta a sobrinha Tatiana.

Fabrício não se casou e, embora não fosse pai, cuidava da família da irmã como se fosse. Simpático e atencioso, adorava os sobrinhos e tinha muitos: era tio e tio avô.

Louco por chocolate, chegou a comer dois quilos de uma só vez e, depois, aconselhou a sobrinha pequena a jamais fazer isso.

Ele era divertido e sempre surpreendia. Certa vez, assim que surgiu a primeira televisão em Itabira, sua terra natal, não se falava em outra coisa. Todos queriam fazer uma excursão até a primeira residência que adquiriu uma. Tio Fabrício foi um dos primeiros a vê-la. Quando voltou para casa, ao ser perguntado sobre o que ele achou, respondeu que não viu muita graça. Passado algum tempo, descobriu-se que o que ele viu foi apenas uma televisão desligada.

Um de seus maiores talentos era agradar as pessoas que estavam por perto.

Fabrício era muito querido e foi uma referência para a família, que agora o guarda na memória e no coração.

Fabrício nasceu em Itabira (MG) e faleceu em Belo Horizonte (MG), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Fabrício, Tatiana Penido Sampaio. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Rosa Osana, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 9 de julho de 2021.