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Fernanda Rodrigues

1983 - 2020

Um furacão, com brilho no olhar e uma alegria contagiante por onde passava.

Quem conhecia Fernanda já ganhava alguma história engraçada para contar, mas sempre com cautela, era como soltava em todos os cantos: "Meu nome é Fernanda, não é bagunça". Brincalhona, parceira, alegre e de coração enorme, ficava a postos para ouvir seus amigos e ajudar o próximo.

Vivia bem a vida de carioca e amava morar no Rio, trabalhava e tocava um projeto social na cidade. Além disso, era rubro-negra fanática, quando o Flamengo estava em campo, vibrava e sempre tentava acompanhar o clube do coração. Mas quando tinha uma brecha na agenda, voltava para sua cidade natal, não dispensava a música sertaneja, fazia suas amigas gostarem e ainda arrastava todas para os shows.

Pela definição de sua amiga, Franciele: "Era como uma águia, sempre olhando o além, com brilho no olhar e uma alegria contagiante por onde passava".

Conseguiu realizar alguns dos seus sonhos, como sua viagem para o Chile. Depois da viagem, uma novidade mudou sua vida e assustou inicialmente: ela iria ser mãe. Seus últimos oito meses de vida foram diferentes, estava radiante com a maternidade e amava, incondicionalmente, a filha.

Ambas faleceram no mesmo dia, na véspera do Dia das Mães. Para conhecer a história da sua filha, visite o memorial de Maria Eduarda Rodrigues.

Fernanda nasceu em Vitória (ES) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 37 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelas amigas de Fernanda, Franciele Daniel dos Santos e Eva Cristina da Silva. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Letícia Sansão, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de outubro de 2020.