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Filipe Roberto Conde

1980 - 2020

O menino que não queria crescer.

"Um filho maravilhoso, um pai super amoroso e dedicado a sua filha. Um tio sempre à disposição dos sobrinhos, que fazia piada com tudo, até mesmo com o vírus que o levou. Tinha um coração enorme, maior do que ele mesmo e olha que era grande o nosso Peter Pan. Ele adorava bater uma bola, fazer uma bagunça, uma farra. Soltar pipa foi sua paixão quando criança e como brigou por elas. Era muito amado por todos, pois, por onde passava só deixava alegria, estava sempre brincando." conta a irmã, Cátia Cristina Conde.

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Mais conhecido como tio Careca, sua sina era encontrar graça na vida e contagiar as pessoas com seus propósitos engraçados.

Foi casado com Joice e vivia para ser o melhor pai do mundo para sua filha, Camilly. Nas horas livres do dia, dançava com a menina.
Em sua penúltima visita à casa da sobrinha, Rayane, tio Careca foi ao banheiro lavar as mãos e acabou ficando preso durante três horas. Se ele achou ruim? Que nada! Fez graça da situação... Pedia água e comida para os parentes, que aos risos o entregavam pela janela. “Como lembrança, tenho hoje uma porta de banheiro que ainda não consegui consertar”, diz a sobrinha.

Tio Careca, assim como o Peter Pan, queria ser criança para sempre. Suas últimas palavras foram: “eu vou encontrar a cura para o Corona Vírus”. Não encontrou. Mas conseguiu ser eternizado como o menino que habitava o corpo de um homem. Hoje alegra o céu voando em aventura.

Filipe nasceu Rio de Janeiro (RJ) e faleceu Rio de Janeiro (RJ), aos 40 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Júlia Palhardi, em entrevista feita com sobrinha Rayane Conde Sobral, em 21 de maio de 2020.