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Flavia Bianca Miasson Primo

1980 - 2021

Por sua fé, generosidade e prestatividade, tornou-se especial na vida de todos.

Flávia foi uma filha amada, carinhosa e presente, que gostava de conversar com seu papai; era assim que o chamava, mesmo aos 41 anos.

Foi casada por vinte anos e ela chamava o marido de “Filhinho” e para ele, ela era Gata. Foram muito felizes e não tiveram filhos por opção, mas os filhos de suas amigas, primas e primos eram tudo para ela. “Pra minha neta Beatriz, era titia Flávia; seus priminhos João Pedro, Maia e Manoella, ela era Iaiá e, para os filhos de outra amiga, Heitor e Arthur, a chamavam de Dinda”, conta Rose, uma amiga de sua mãe Bete, que a conheceu quando tinha apenas dez anos e a amizade permaneceu durante vinte e dois anos.

E Rose continua, pródiga em boas lembranças: “Ela me chamava de 'amiga', mas também tinha muito mais que ela chamava de 'perua', 'gema' e 'dinda'.

Pra mim era 'amiga', era assim que nos chamávamos, uma amizade que cresceu na juventude dela e a diferença de idade nunca atrapalhou e, ao contrário, foi uma amizade linda e madura.

Tive o prazer de vê-la crescer e amadurecer. Ela esperou três anos para namorar quem ela amou pela primeira vez e foi seu único namorado. Acompanhei seu noivado e casamento, aliás, estive com ela escolhendo seu vestido de noiva e ficou maravilhosa.

Foi uma festa linda de casamento e seu pai lembra com olhos marejados de como se sentiu feliz de ter realizado tudo o que ela quis.

Caprichosa, bondosa, de fé, prestativa, generosa, amava presentear as pessoas com mimos. Uma amiga alegre, até hoje escuto sua risada”.

Amava a todos da família, as titias, os titios, a vovó e o vovô, a sogra, enfim... era carinhosa com todos.
Flávia tinha duas cachorrinhas, suas neguinhas e um periquito. Amava viajar e ficava ansiosa até chegar o dia. “Fizemos várias juntas, amava festinhas e as realizava para as crianças e, em família, tinha até a Festa dos Bregas”, relembra Rose.

E Rose conclui saudosa: “Era amiga e confidente. Chorávamos e ríamos juntas; éramos amigas para os momentos bons e ruins; ficou ao meu lado ao internar minha mãe e ficou ao meu lado no momento mais difícil da perda. O que eu não imaginava é que viria mais uma perda difícil um mês e dez dias após, que era ela. Não tivemos despedida e o até breve, simplesmente foi arrancado de nós.

Como sinto sua falta! Às vezes me pego querendo mandar mensagem, contar o que está acontecendo e aí meus olhos se enchem de lágrimas. Consigo sentir nosso último abraço, sinto seu perfume e tenho suas lembranças no meu coração.

Minha amiga irmã.

Saudades!”

Flavia nasceu em Ribeirão Preto (SP) e faleceu em Ribeirão Preto (SP), aos 40 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Flavia, Rose Masalskas. Este tributo foi apurado por Lari Reis, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 8 de fevereiro de 2023.