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Flávio Rouvier Filho

1946 - 2020

Era o Flamengo em pessoa e transbordava amor, com seus gestos incondicionais.

Ele era o primeiro a acordar na casa. Deixava as escovas de dentes já com a pasta, na ordem de quem acordava, para facilitar a vida de todos: as dos filhos Alexandre e Fábio; e depois, a de sua esposa.

Quando acabavam de escovar os dentes, os filhos iam à cozinha para o café-da-manhã e já encontravam o leite no copo, com o achocolatado e com a colher, pronto para mexer e beber. Além do pão, que também já estava pronto e sempre quentinho.

Então, os irmãos já estavam prontos para ir para a escola e sempre tinham a ajuda do pai nos estudos.

Depois do estudo, vinha a diversão. Flávio também jogava bola com os filhos e passou, para a nova geração, a paixão pelo futebol. “Ele não era Flamengo, ele era o Flamengo em pessoa. Sabia de todos os resultados e de todos os esportes”, conta o filho Fábio.

O pai, maravilhoso para os filhos, transformou-se em um avô completo para os netos. Era o autêntico boa-praça, não tinha quem não gostasse dele.

Flávio não era de expressar sentimentos em palavras e sim, com gestos, sentidos pelos entes queridos, como relembra Fábio: “Ele transbordava amor em tudo que fazia... E foi o que todos, que estavam ao seu redor, sentiam — Amor”.

Flávio nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho de Flávio, Fábio da Silva Rouvier. Este tributo foi apurado por Viviane França, editado por Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de julho de 2020.