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Francisco Fredson da Silva Pinto

1979 - 2020

O melhor “pegador” de veias do hospital onde trabalhava. Cuidado, atenção e carinho eram suas marcas.

Francisco era um herói. Conhecido por seu profissionalismo atuando no setor de politraumatismo do Hospital 28 de Agosto de Manaus, ele era sempre muito dedicado ao trabalho, atuando como Técnico de Enfermagem, desde seus 19 anos.

Em seu tempo livre, gostava de reunir os amigos para abrir uma cervejinha e assistir futebol. Também gostava da casa sempre limpa e de cuidar de seus cachorros.

Fred, Chico (pra família), “loro” (por gostar pintar o cabelo) ou Vampeta (pela semelhança com o jogador de futebol) era carinhoso e brincalhão com a família, mas também sério quando precisava. Estava sempre disponível para ajudar todos.

Não teve filhos de sangue, mas acolheu uma sobrinha - a qual criou como se fosse sua filha do coração. Ensinou-a que a família sempre vem em segundo lugar, porque Deus vem em primeiro. Também a ensinou a amar a área da saúde, sua paixão. Fê-la gostar de séries e filmes. Dizia que era necessário ser forte e que, embora alguns momentos sejam difíceis, não se deve perder a fé.

Quando soube da doença chorou, mas sempre manteve a esperança de sair daquela situação.

Segundo a sobrinha que ele criou como filha, Fred vivia para salvar vidas, para ser seu herói.

Francisco nasceu em Santarém (PA) e faleceu em Manaus (AM), aos 41 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Francisco, Arissa Raquel. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Matheus Fernando Sanchez de Siqueira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de julho de 2020.