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Francisco Meireles Pinto

1948 - 2020

Não chamava ninguém pelo nome, inventava sempre um apelido engraçado para cada um.

Personagem cativo da pequena cidade de Matias Olímpio, no interior do Piauí, foi comerciante, desde muito jovem; sendo um dos primeiros comerciantes dessa cidade em que nasceu e viveu por toda a vida, onde era conhecido como Seu Chaga Zuca.

Todos os dias, no final da tarde, sentava-se na pracinha em frente a sua casa para conversar com os amigos, era um gosto que ele tinha, que até se tornou um hábito.

Era casado, tinha oito filhos, 27 netos e dois bisnetos. Uma coisa engraçada que ele fazia, era que nunca chamava ninguém pelo nome, sempre pelo apelido, que ele mesmo inventava... Os apelidos eram sempre muito engraçados, mas carinhosos. Fazia o "ticatá" com os netinhos e "dengava" cada um.

Paixão na vida, pode-se dizer que ele teve pela mulher, formavam um casal muito unido e apaixonado. Foram casados por 50 anos, ele foi um esposo amoroso e também um pai amável.

Tinha muita fé e era muito religioso, adorava ouvir a música "Segura na mão de Deus". Rigoroso com o horário do almoço, sempre ao meio-dia, fazia questão de reunir todo mundo que estivesse presente.

"Sempre vou me lembrar dele, na última conversa que tivemos. Eu estava me despedindo, pois não moro na mesma cidade. E, depois de nos abraçarmos, ele me disse 'Vá com Deus, que Deus sempre te acompanhe tanto para ir, como para voltar novamente'", lembra Camila.

Francisco nasceu em Matias Olímpio (PI) e faleceu em Teresina (PI), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Francisco, Camila Ferreira. Este tributo foi apurado por Viviane França, editado por Alessandra Capella Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.