Francisco Xavier de Campos

1945 - 2020

Quanto tempo dura uma amizade? Para ele, durou a vida inteira.

Vié, como era conhecido, chegou ainda menino no Bairro do Limão, em São Paulo.

Carismático, logo fez um grupo de amigos através do "Centenário Futebol Clube", um time bairrista e pequeno que acabou ganhando seu coração. Futebol era a sua grande paixão! Não só como torcedor, mas também como jogador. Jogou muito bola... seu talento era uma unanimidade. "Uma curiosidade é que ele se achava uma pessoa internacional devido às tantas copas do mundo que já havia assistido. A primeira foi em 1954", lembra a esposa Odeti.

Com o passar do tempo, a vida tomando novos rumos, alguns amigos foram se distanciando, mas um grupo permaneceu unido e, todos os sábados, era sagrado o encontro no Bar do Dadinho. Eram os amigos eternos... Amigos estes, que não deixaram de declarar o respeito e o carinho que tinham pelo velho amigo e eternizaram sua figura na história do Clube através de uma camisa personalizada em homenagem a ele.

Casou-se com a Dona Odeti, como ele dizia, "o amor da sua vida". Pai das Três Marias - Maria Gabriella, Maria Isabel, Maria Carolina - pai de coração de seus sobrinhos e dos filhos adotivos. Avô da Duda e do João, carinhosamente chamados por ele de "Picurus".

Otimista, para ele não havia tempo ruim, assim como não havia sábado sem sol e domingo sem missa.

"Ele costumava dizer que viveria até os 104 anos e assim acreditávamos que seria", contam suas filhas.

O que ele não sabia é que tinha mais um jogo a ser disputado, e o adversário desta vez era forte e implacável. Nesse jogo colocou toda a sua experiência, jogou com maestria, driblou todas as intercorrências, lutou com raça, mas não aguentou a força do ataque adversário... e parou. O nome do adversário? “Covid-19".

Deixa bens... muitos! O amor pela família, a importância da verdadeira amizade e muitas alegrias!