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Genilda Corrêa

1964 - 2021

Estar com ela era diversão na certa. Era a tia que fazia a noite do pijama e cachorro-quente para a criançada.

Genilda era uma tia amorosa. Não à toa, os sobrinhos não viam a hora de estar com ela. Filha dedicada também, fazia de tudo pela mãe. Às vezes, era só mencionar que faltava algo que lá ia Genilda atrás com todo carinho. "Ela acolhia e fazia com que você se sentisse em casa. Preocupava-se com todos da família. Se eu não fosse à casa dela", conta a sobrinha Gabrielle, "ela ligava perguntando como eu estava." Se alguém adoecesse, ligava a cada cinco minutos para saber da pessoa.

Como professora, foi excelente profissional. Atuou por mais de trinta anos e foi responsável pela formação de vários alunos.

Adorava de "assistir filme". Assim mesmo, entre aspas, conta a sobrinha, aos risos, "porque assim que eu apertava para o filme começar, ela já dormia".

Comer e ver a família reunida fazendo refeições eram prazeres para Genilda. "Ela amava comidas com camarão. Sempre me pedia para fazer empadão de camarão. Gostava muito de açaí também", lembra-se a sobrinha.

Gabrielle divertia-se com a tia. Certa vez foram fazer uma trilha que contava com um caminho bastante escorregadio e cheio de pedras. Não parava de repetir: "Se eu contar para minha mãe, ela não vai acreditar no que estou fazendo". A sobrinha conta que ela ficou o caminho todinho falando: "Valei-me, meu senhor Jesus. Sangue de Cristo tem poder. Para que eu inventei isso?" Deram muitas risadas.

"Foi uma pessoa que sabia o que era amor e como demonstrar", finaliza.

Genilda nasceu em São Cristóvão (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Genilda, Gabrielle Santos Corrêa. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Ticiana Werneck, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 2 de junho de 2021.