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Genny de Caires Máximo

1935 - 2020

As ruas da Pavuna, no subúrbio do Rio de Janeiro, já sentem falta dela tomando café com as amigas na calçada.

Conhecida pela gentileza, generosidade e pelo olhar doce de menina, Dona Genny era amada no bairro da Pavuna.

Tinha uma visão até certo ponto inocente, pois só enxergava o lado bom das pessoas.

Ensinava a não julgar, mesmo nos momentos críticos, quando aproveitava para ensinar também sobre o amor: o amor que teve pelo marido, pelos filhos, pelas netas, pelos demais familiares e pelo grande Flamengo - amor que a fez ser a pioneira em frequentar o Maracanã, na sua juventude.

Uma pessoa elegante e discreta. Assim partiu. Sem dar oportunidade para despedidas.

"Quando leio Coríntios 13, a imagino escorregando nos braços do Senhor por ter a alma tão leve. Só lembro dela. É amor", disse o filho.

História escrita por Noêmia Maués e revisada por Lígia Franzin, a partir do testemunho enviado pelo filho de Genny, Marcos Aurélio Maximo.

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Sabe aquela pessoa que é querida em todo local que chega? Essa era a Genny. Carinhosa, alegre e amiga de todos, a paulista era sempre presente; nas horas boas e ruins. Ela era também a primeira a chegar nas festas, onde roubava os docinhos achando que ninguém estava vendo.

A flamenguista, que estava sempre a frequentar os jogos quando os problemas da idade não lhe impediam, não deixava também de ostentar os pares de brinco do time do coração.

Sempre querendo agradar as netas fazendo bolos e pudins, também não deixava de visitar um dos filhos a cada fim de semana. Por 64 anos Genny cuidou do marido e, em todo tempo que ele esteve no hospital, perguntava por notícias, com saudades e preocupada. Para quem quer que fosse ela estava sempre ali. Uma amiga de verdade. Filhos, noras, genro, netas e amigos já sentem muita falta.

Genny nasceu em Jaboticabal (SP) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho e pela neta de Genny, Marcos Aurélio Maximo e Paula Puga. Este texto foi apurado e escrito por , revisado por Lígia Franzin e Irion Martins e moderado por Irion Martins em 21 de julho de 2020.