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George Laurence Kuplich Moraes

1952 - 2020

Caladão e com alma de artista. Um "fora da curva", que pintava com tinta a óleo e esculpia em argila e madeira.

George não precisava das palavras para se expressar. Introspectivo, ele comunicava ao mundo através de suas artes. Pintou, desenhou e moldou tudo quanto sentiu.

Para os netos, Caio, Teodora e Daniel, construiu memórias divertidas com matérias recicláveis que, a partir de suas mãos, viravam brinquedos. Singelos e cheios de amor, como ele costumava ser.

George também foi um pai extraordinário. Pelas filhas, era capaz de tudo, inclusive de superar suas dificuldades com a fala, para pedir autógrafos ao icônico personagem, professor Lobisomem, de Roque Santeiro — um dos muitos artistas que frequentavam o restaurante que, por algum tempo, ele se aventurou a ter no Jardim Botânico.

Um pai artista-empreendedor, que pela força da realidade tornou-se funcionário público, para que a família tivesse o sustento e a segurança que ele se obrigava a fornecer.

George também era uma pessoa extremamente inteligente, um "fora da curva", cujos conhecimentos abrangiam muitas vertentes. Além das artes, era profundo conhecedor de história, geografia e matemática. “Surpreendia-me, às vezes, como essa sabedoria profunda podia conviver dentro de alguém que tinha tanta poesia na alma.”, revela a filha Michelle.

George era apaixonado pelo mar, que para ele era uma fonte absoluta de inspiração. Agora, a beleza infinita do mar servirá de cenário para saudade de Michelle: "Pai, todas as vezes que eu olhar o mar, vou me lembrar de você e fazer de conta que ainda seguro a sua mão".

George nasceu em Porto Alegre (RS) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de George, Michelle Dedeski. Este tributo foi apurado por Michelly Lelis, editado por Gabriele Ramos Maciel , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de junho de 2020.