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Getero de Albuquerque Martins

1938 - 2020

Festas surpresa para celebrar a vida de Getinho sempre eram um sucesso; não havia quem fosse capaz de não o amar.

Era carinhosamente apelidado de Getinho, foi Sargento da Marinha Brasileira, e nutria profundo amor e respeito por suas atribuições junto às Forças Armadas, na defesa da segurança da Pátria; tinha muito orgulho de sua profissão e de seu trabalho.

Era apaixonado por sua família; e seus dias mais felizes eram aqueles em que podia estar rodeado pelos seus, sentados em torno de uma mesa farta, onde podiam celebrar a bênção de estarem reunidos com muito amor e alegria. Nada era mais valioso para Getinho do que sua esposa Carminha, suas quatro filhas: Gleice, Glaucia, Uila e Angela, e os netos.

Amava ler e escrever; tinha por hábito andar para cima e para baixo com uma agendinha junto de si; ali ele anotava todas as datas que achava importantes, fatos marcantes, acontecimentos do mundo e passagens afetivas de sua família; era quase um diário de bordo.

Tinha o dom de despertar o amor no coração das pessoas com seu jeito alegre e generoso; Getinho era amado e querido por todos, uma unanimidade - desde o gerente do banco até os amigos do bar, todos o queriam muito bem. Foi, inclusive homenageado em blocos de Carnaval, pela pessoa fora de série que era. Sempre que eram preparadas festas surpresa para Getinho, a lotação estava garantida; tanto amigos quanto familiares faziam questão de prestigiá-lo.

"Nunca o vimos triste ou pessimista. Sempre com sorriso no rosto, sempre com um conselho de otimismo e uma visão positiva diante da vida. As mais recentes lembranças boas que guardamos da convivência com ele são a de seu último aniversário, quando ele estava radiante e muito emocionado com toda família e amigos reunidos; e de quando foi feito um samba de bloco de Carnaval em sua homenagem, cuja letra conta com frases que eles costumava repetir, como 'alô você, tá bonito', e passagens da sua história de vida., lembra a neta com carinho.

O homem mais bem humorado, amável e de bem com a vida; melhor pai, avô e esposo que poderia existir. A família sente muitas saudades e segue a vida, buscando cultivar na miudeza dos dias as lições de otimismo e alegria deixadas por Getinho.

Getero nasceu em Pernambuco (PB) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Getero, Rafaella Martins. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 15 de dezembro de 2021.