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Gilberto Gomes Costa

1948 - 2020

Sonhava em ter sua empresa para gerar empregos aos conterrâneos de Maruim. Conseguiu.

A história de Gilberto é a de um homem batalhador, que nunca se deixou abater e que sempre teve, como forte propósito de vida, a disposição para ajudar aos outros. Aos sete anos ele já dava uma ajudinha em uma farmácia, enchendo a caixa d'água. Cresceu gostando de trabalhar: foi camelô e balconista de farmácia; petroleiro, ao ser aprovado em concurso para motorista da Petrobras; e finalmente empresário, atividade que o deixou plenamente realizado por um motivo mais que especial: transformar em realidade o sonho de ter o seu próprio negócio e empregar pessoas de sua cidade, Maruim. Quando se aposentou, Gilberto criou a Fafá Turismo, que mais tarde se tornou a GF locadora, empregando dezenas de pessoas desde a sua fundação, em 1999.

Gilberto era casado com Lilian e os quarenta e nove anos de união com a esposa permitiram que vivesse sua grande paixão: a família. Foi um esposo amoroso e um pai dedicado para os filhos Júlio, já falecido, Fábio, Gilberto Júnior e Fabyola. Gilberto era o amigo de todas as horas. Era chamado de Gibinha ou Boquinha, na maneira acolhedora que os nordestinos têm de fazer do diminutivo algo grande e valioso. E quanto aos amigos, a camaradagem entre eles permitia que se cumprimentassem carinhosamente com um “Oi, nego!”

O amigo-irmão, Conrado, podia sempre contar com ele. Em retribuição, era seu cozinheiro nos finais de semana. Preparava seus pratos favoritos: feijoada, rabada, moqueca de camarão com ostra e sururu, tudo com muito capricho. Era nessas ocasiões que ele reunia a família e os amigos, na praia ou no sítio, para aproveitarem a companhia, comer bem e saborear aquela cervejinha gelada. Um hábito que ele sempre mantinha nas noites de domingo, quando retornava dos finais de semana, era jantar lasanha de frango: a sua favorita. Também é impossível esquecer a mania que ele tinha de anotar todas as suas despesas em um caderno.

Guerreiro, com muita vontade de viver, fazia questão de estar ao lado da família o tempo todo, incentivando a esposa, os filhos, o genro, as noras e os netos, com suas lições de bem viver. E dizia sempre: "A vida tem que ser vivida, como se não houvesse o amanhã, com muita garra e dedicação para alcançarmos nossos objetivos". Sua humildade fez dele abrigo e morada de muitos corações.

A canção predileta de Gilberto, “Trem Bala”, registra em melodia as lições que fizeram dele um exemplo. Ele mostrou como aproveitar a vida para o bem, para a felicidade e o serviço. Ensinou a desfrutar das coisas simples da vida com muito amor. Esse é o legado que Gibinha nos deixa. Ele se foi, mas estará para sempre na memória e no coração dos seus... "Que a vida é trem bala, parceiro! E a gente é só passageiro prestes a partir".

Gilberto nasceu em Maruim (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Gilberto, Fabyola Mendonça Costa Tavares. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Ana Clara Cavalcante, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 31 de agosto de 2021.