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Gilmar Gomes de Andrade

1958 - 2021

“Boa, boa, boa!”, era seu jeito de expressar o quanto celebrava a vida e suas alegrias.

Sabe aquela pessoa que se emociona muito facilmente e é apelidada de manteiga derretida? Esse era o Gilmar. Ele ficava muito emotivo nos aniversários ao falar das pessoas que amava e era tão conhecido por suas lágrimas, que seu apelido ficou eternizado como "Derrete".

Ao mesmo tempo que externava tanta emoção e sensibilidade, Derrete possuía talento para alegrar as pessoas e era muito atencioso com todos ao redor. A filha Camila afirma que “além de um vovô amoroso e carinhoso, foi um paizão, um marido maravilhoso e um filho que deu orgulho aos pais”.

Ele amava estar com a família nas horas livres. Era assim, na verdade, como mais gostava de aproveitar o tempo: com a esposa, os três filhos, os netos e, se possível, comendo frango com quiabo. Amava entoar um aforismo que criou, o “Boa, boa, boa”, como forma de dizer o quanto gostava da vida e das coisas lindas e simples que ela oferecia, como escutar uma boa música.

O que Gilmar sabia fazer de melhor era estampar sorrisos nos outros; era o "alegrador" de pessoas mais talentoso. Tinha verdadeiro prazer em fazer sorrir e mais prazer ainda em brincar com os netos. Camila conta que a relação que seu pai tinha com a família era de muito companheirismo e de muito carinho; “Ele era o elo mais forte”.

Derrete nunca deixou de expressar o quanto gostava de viver, de comemorar, de estar com a família... Sua vontade de levar seus amores para viajar era constante. Foi uma pessoa que inspirou todos ao redor; foi um homem trabalhador, honesto e íntegro, que sempre dedicou atenção e amor ao próximo. Foi muito amado pela família e amigos. Camila conta o que aprendeu com o pai, que fez tanta gente sorrir e que se emocionou tanto com a vida: “Meu pai me ensinou a ter coragem, a amar, respeitar e apreciar a vida de forma simples. Boa, boa, boa”.

Gilmar nasceu em São Sebastião do Bugre (MG) e faleceu em Betim (MG), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Gilmar, Camila de Andrade Viana. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Bárbara Tenório, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 8 de junho de 2021.