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Gilmar José de Freitas Guimarães

1965 - 2020

Administrou Caçu com sabedoria e fé, deixando uma cidade melhor para as futuras gerações.

Gilmar José nasceu em fevereiro de 1965, na Fazenda Sucuri, propriedade de seus avós maternos, Alfredo e Canuta. Como terceiro filho de Valdivino e Adelice, teve como irmãos: Gilberto, Gilda, Gilgar, Lucimeire e Paulo.

Era bisneto de um dos fundadores do município goiano de Caçu, e sua educação foi dentro das tradições políticas mantidas pela família. Assim, quando estava com apenas 23 anos, candidatou-se ao cargo de vereador e venceu as eleições, tornando-se um dos oito membros da 9ª legislatura da Câmara Municipal de Caçu entre 1989 e 1992.

Essa foi a primeira de muitas participações e conquistas. Fundou partidos políticos e entrou para a história da cidade como o cidadão que se candidatou ao cargo de prefeito por seis vezes e foi vencedor em dois pleitos. Nos oito anos em que foi chefe do poder executivo municipal, o “ex-engraxate que virou prefeito, fez uma das melhores administrações que Caçu já viu”, relata sua filha Jéssica.

Com sabedoria, foco, força e fé, Gilmar administrou colocando o ser humano em primeiro lugar e deixou um legado indescritível para as futuras gerações em termos de assistência social, saúde, educação, assim como no judiciário e no executivo. Ele atuava sem medo e sem preguiça. Dizia que era empregado do povo. Os amigos se lembrarão das suas ligações durante as madrugadas e dos sonhos quase impossíveis que ele conseguiu realizar.

Dentre as obras de maior impacto realizadas em suas gestões, destacam-se aquelas que levaram mais qualidade de vida aos munícipes, como a redação da Lei Orgânica do Município, a conclusão da rede de esgoto sanitário, o asfaltamento e calçamento das ruas e a implantação da Usina Rio Claro, que gerou emprego e renda para os cidadãos caçuenses.

Na área de habitação construiu o Vale do Sol II com 270 unidades e deixou mais 330 cheques-construção nos cofres públicos, garantindo a muitas famílias uma moradia digna.

Na saúde, construiu as UBS Vale do Sol I, que mais tarde tornou-se a base de operação do SAMU; Vale do Sol II; Dr. Domingos Oscar B. Palazzo e Rafael Cardoso de Freitas. Reformou o Posto de Saúde do centro, transformando o local num Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); e o Centro Comunitário do Setor Santa Luzia, convertendo a unidade num Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Adquiriu medicamentos para uso hospitalar, ambulatorial e tratamento em casa para todos que necessitavam; custeou cirurgias e internações que o SUS não podia arcar; reformou o Hospital Municipal Pedro Martins; adquiriu equipamentos inovadores e um micro-ônibus para o transporte de pacientes; reformou toda a frota de ambulâncias e carros da Secretaria Municipal de Saúde.

Na área odontológica implantou o Programa Brasil Sorridente; adquiriu próteses dentárias e manteve importantes convênios para atender às necessidades da população.

Gilmar foi um construtor nato, idealista e batalhador por natureza. Em suas gestões à frente da Prefeitura Municipal de Caçu, o município alcançou os melhores índices em Educação Básica e em Saúde da Família.

Gilmar teve dois casamentos ao longo da vida. O primeiro, em 1990, com Aéne, com quem teve os filhos Jéssica e Helvécio. Em 2011, casou-se com Roseli, com quem teve o filho Bernardo. Ensinou aos seus a servir, sonhar, ter foco e acreditar em si mesmos, bem como que, com a morte somos todos iguais.

Nos últimos meses de vida, enfrentou bravamente um câncer, mas sua retirada do convívio familiar e da vida pública foi como a 17ª vítima da Covid-19 da cidade de Caçu, em novembro de 2020.

A família, guarda o riso largo, o abraço apertado, o perfume único, a vaidade com o colarinho e o cabelo e o “vamos ali” que durava metade do dia!

Na sessão de homenagem póstuma que outorgou o seu nome a um bairro que ajudou a construir, o Residencial Gilmar Guimarães, a filha apresentou detalhado relato de seus feitos ressaltando que foi um "político que abraçou a vida pública como missão e dedicou todos os seus dias a fazer com que a cidade fosse um lugar melhor para quem ali decidisse erguer morada", e concluiu sua participação afirmando que, pelo conjunto da sua obra, "Gilmar sem dúvida alguma foi o melhor e maior administrador que Caçu já teve e, por toda sua trajetória política, fez jus à homenagem póstuma recebida".

Conhecedora dos valores que nortearam a vida de seu pai, Jéssica ressaltou que, se estivesse presente, provavelmente ele diria: “Minha querida gente de Caçu, 'combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda'. Sigam firmes nessa batalha e até uma próxima oportunidade, se Deus quiser."

Gilmar nasceu em Caçu (GO) e faleceu em Goiânia (GO), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Gilmar, Jéssica Martins Guimarães. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 18 de julho de 2021.