1963 - 2020
O Urso que ria e chorava ao mesmo tempo. Até para dar bronca era gentil.
Aos 10 anos de idade, mais ou menos, Guilherme descobriu o que significava batalhar. Foi nessa idade que arrumou o primeiro emprego e desde então não quis mais parar. Criou uma rotina: antes das 7h da manhã, tomava um chimarrão. Era o início perfeito para cada dia, segundo ele.
Urso, como era chamado, era o tipo de pai que chegava de surpresa em apresentações da escola ou que comprava enfeites de Natal. Quando houve um momento de dificuldade financeira na família, lá nos anos 1990, gostava de levar um chocolate para cada um dos quatro filhos: Ingrid, Cristielle, Jackson e Paola, ainda que qualquer gasto fizesse diferença na situação da família.
A alegria da família estava sempre em primeiro lugar. Instalador de linha telefônica e, por último, metalúrgico, sempre garantiu que não poderia parar de trabalhar porque não queria que faltassem coisas em casa. Amava ser o provedor. Adorava que os filhos todos estivessem próximos, na maior parte do tempo. Era até amigo dos vizinhos, não queria confusão.
“O melhor amigo, o melhor pai, o mais engraçado e sensível homem que já existiu”, contou o filho Jackson.
Um homem que ria e chorava ao mesmo tempo, que até para dar bronca era gentil e que conseguiu atingir todos os seus objetivos enquanto viveu. Estava feliz porque tinha “encaminhado” todos os seus.
Guilherme nasceu Cruzeiro do Sul (PR) e faleceu Curitiba (PR), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Josué Seixas, em entrevista feita com filho Jackson, em 17 de maio de 2020.