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Hélio de Souza Furtado

1956 - 2020

Picota sempre sorrindo, quieto, viveu em paz.

"Por que esse rapaz não para de sorrir?", perguntou um dia um amigo a Altamir, vendo o repórter cinematográfico Hélio de Souza Furtado trabalhar.

Quando Altamir o questionou, Hélio respondeu da forma que se expressava melhor: abriu um sorriso e o abraçou.

Hélio era quieto, do bem, viveu em paz. E em paz se foi. Quieto. Antítese do animal que lhe emprestou o apelido, a barulhenta Picota, que especialistas chamam de Galinha D'Angola.

Hélio saiu de fininho, chamado por Deus. Que, na certa, queria olhar bem pro nosso Picota... e tirar o molde.

Partiu sorrindo pra gente, purgando algumas das mágoas de toda a gente.

Hélio nasceu Cametá (PA) e faleceu Belém (PA), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Pascoal Gemaque Felizola Júnior, em entrevista feita com colega Altamir Silva, em 21 de maio de 2020.