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Hermes Ribeiro de Oliveira

1960 - 2020

Quem teve o privilégio de comer os peixes que ele preparava, sentiu o seu amor em forma de sabor.

Esse era Hermes, amante da pescaria. Vivia para estar em seu barco pelos rios da Amazônia e depois cuidar do preparo de pratos para lá de especiais. Fazia-os cozidos, assados e fritos, um prato mais saboroso que o outro. Inesquecíveis como ele próprio.

Funcionário público aposentado, quando passeava com a filha tinha o costume de apontar para um prédio e dizer: "Eu que fiz a planta, minha filha". Trabalhou tanto que o legado deixado nas construções ainda hoje enche a filha de orgulho.

Admirador de um bom futebol, torcia para o Vasco... na verdade, era um vascaíno roxo, relembra a filha: "Quantas lembranças eu tenho de torcer ao seu lado, inclusive no Maracanã vendo o nosso Vascão ser campeão!"

As lembranças em família passam também pelas músicas que ele fazia para a filha e os apelidos que inventava. Emanava criatividade.

Ele era sorriso e fazia sorrir. Era amor, alegria de viver. Ele era canção... Como é difícil falar no passado de uma pessoa tão presente, que deixou uma lição de amor e se tornou inesquecível.

"Te amo para sempre papai", a filha finaliza.

Hermes nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Porto Velho (RO), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Hermes, Herlane Moreira de Oliveira Abade. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Bruna Rodrigues Coppedé, revisado por Juliana Holzhausen e moderado por Rayane Urani em 12 de agosto de 2020.